10 set 2018

Como lidar com a meningite suína

O aumento das oscilações de temperatura favorece o surgimento de doenças nos animais, principalmente as respiratórias. Na suinocultura, o produtor precisa ficar atento a mais um problema frequente nas granjas: a meningite, também conhecida como encefalite, com maior incidência no início da fase de creche, mas que pode acometer leitões de outras idades. O problema ocorre com maior frequência em granjas onde há superlotação em combinação com redução de qualidade em ambiência, como baixa circulação de ar, alta concentração de gases, alta umidade (maior que 70%) e ausência de vazio sanitário, que faz com que a pressão de infecção do barracão aumente exponencialmente.

A mortalidade pode variar entre menos de 1% e mais de 50%, mas raramente são maiores que 5%. Os animais que adoecem e que não são tratados rapidamente são os que têm a maior probabilidade de morrer. Para diminuir o risco da enfermidade, o indicado é manter uma ventilação adequada na granja, evitar lotes de leitões de muitas origens, movimentação excessiva ou qualquer outro fator que cause estresse. Andrea Panzardi, especialista técnica da Ourofino Saúde Animal, fala sobre os riscos e o tratamento da doença.

Como funciona a transmissão da meningite?

Andrea – Por contato de focinho com focinho. O agente (Streptococcus suis) está presente nas amídalas ou no trato respiratório superior do suíno, sendo um agente comensal. A meningite também é transmitida do animal para o homem por meio do contato que o ser humano tem com as meninges e com o líquido céfaloraquidiano. Por isso, a higiene e o uso de EPI no momento de realizar uma necropsia com coleta de material é fundamental nesse processo.

Por que a meningite é uma preocupação para o suinocultor?

Andrea – Porque o animal fica rapidamente debilitado e em alguns quadros, caso não seja tratado rapidamente, a chance de recuperação se torna muito difícil. Além disso, trata-se de uma zoonose de grande importância, mas não é transmitida pelo consumo da carne dos animais.

Quais são os sinais clínicos?

Andrea – O animal inicialmente reduz o consumo de ração e água. Em quadros mais graves, o sistema neurológico do leitão é afetado. É fundamental, entrar com o tratamento antes que esses sinais evoluam.

Qual é o tratamento?

Andrea – Por ser um quadro infeccioso junto com uma inflamação, é importante tratar as duas situações. Por isso, é indicado o uso de um antimicrobiano e um anti-inflamatório. A sugestão da Ourofino Saúde Animal é o uso do Resolutor, antimicrobiano injetável à base de Marbofloxacina, e o anti-inflamatório e analgésico Maxicam 2%. Lembrando que é importante o diagnóstico de um médico-veterinário e seguir todas as recomendações e dosagens de bula.

 

Foto: IStock

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