25 set 2019

Ressincronização: ferramenta para intensificar o manejo reprodutivo das fazendas

A eficiência reprodutiva impacta diretamente na produtividade das propriedades de gado de corte. Diante desse cenário, a inseminação artificial em tempo fixo (IATF) torna-se uma ferramenta imprescindível para melhorar o manejo reprodutivo.

A técnica da IATF possibilita:

  • Diminuição do intervalo entre partos;
  • Otimização da mão de obra;
  • Utilização do cruzamento industrial em larga escala;
  • Melhoramento genético;
  • Redução na duração da estação de monta;
  • Aumento do número de bezerros do “cedo”;
  • Produção de bezerros mais pesados.

A velocidade com que as vacas tornam-se gestantes durante a estação reprodutiva é muito importante para o faturamento da fazenda. Um dos principais benefícios da utilização da IATF é de aumentar a quantidade de fêmeas prenhes no início da estação de monta, fazendo os bezerros nascer e desmamar em épocas mais favoráveis. Esse manejo faz com que esses animais sejam mais pesados na desmama e bezerras com maior precocidade sexual (no caso de fêmeas para reposição).

Gráfico 1 e 2. Peso à desmana (kg) e taxa de prenhez de fêmeas nascidas no início, no meio e no final da estação de parição (Funston et al., 2012).

Gráfico 3. Peso à desmana (kg), na entrada e saída do confinamento, tempo de confinamento de bezerros machos nascidos no início ou no final da estação de parição (FIRMASA e Prof. Pietro Baruselli, 2018).

Nesse contexto, estratégias devem ser implantadas para emprenhar o maior número de fêmeas no inicio da estação de monta. Para isso, a ressincronização deve ser utilizada para intensificar o manejo reprodutivo.

Atualmente existem três modelos de ressincronização:

1. Ressinc Tradicional (D30): ao redor de 30 dias após a primeira IATF (no diagnóstico de gestação);

Figura 1. Protocolo Ourofino de IATF + ressincronização tradicional para vacas de corte.

2. Ressinc Precoce (D22): no 22º dia após a primeira IATF (antes do diagnóstico de gestação).

Figura 2. Protocolo Ourofino de IATF + ressincronização precoce para vacas de corte.

3. Ressinc Superprecoce (D14): no 14º dia após primeira IATF (antes do diagnóstico de gestação – uso do Doppler).

Figura 3. Protocolo Ourofino de IATF + ressincronização superprecoce para vacas de corte.

Figura 4. Taxa de serviço de acordo com o modelo de ressincronização (Adaptado Baruselli 2016).

A escolha do momento para início do protocolo de ressincronização depende do objetivo do sistema de produção, do manejo de pastos e lotes na fazenda, dos custos envolvidos e da mão de obra (disponibilidade do veterinário para realização da ultrassonografia e dos funcionários da fazenda para o manejo dos animais).

Com o uso da ressincronização é possível reduzir o intervalo entre as inseminações, a quantidade de touros na fazenda, aumentar o número de vacas prenhes/IA, os bezerros nascidos no cedo e encurtar a estação de monta. Dessa forma, essa é uma excelente ferramenta para promover intensificação do manejo reprodutivo e incrementar na produtividade.

Bruna Martins Guerreiro e Bruno Gonzalez de Freitas

Especialistas Técnicos em Reprodução Animal

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