Artigos - Ressincronização: sinônimo de eficiência reprodutiva

30 nov 2021

Ressincronização: sinônimo de eficiência reprodutiva

A eficiência reprodutiva está diretamente relacionada com a produtividade e rentabilidade das propriedades de gado de corte. Diante deste cenário, a inseminação artificial em tempo fixo (IATF) é imprescindível para melhorar os índices reprodutivos, uma vez que possibilita:

  • diminuição do intervalo entre partos;
  • otimização da mão de obra;
  • utilização do cruzamento industrial em larga escala;
  • melhoramento genético;
  • redução na duração da estação de monta;
  • produção de bezerros mais pesados.

Em propriedades que já utilizam a IATF, uma alternativa para aumentar a eficiência reprodutiva é a ressincronização. Esta estratégia consiste na realização de um novo protocolo de IATF e é de extrema importância, pois proporciona:

  • um maior número de bezerros oriundos de inseminação artificial;
  • um maior número de “bezerros do cedo”, já que antecipa a concepção na estação de monta;
  • redução no número de touros da propriedade;
  • maior controle das concepções e parições;
  • maior taxa de prenhez no final da estação de monta.

 

Taxa de prenhez em vacas de corte

Figura 1. Taxa de prenhez em vacas de corte Bos indicus após inseminação artificial em tempo fixo (IATF) com subsequente ressincronização ou monta natural.

Atualmente, existem basicamente três tipos de ressincronização: convencional, precoce e superprecoce.

Ressincronização convencional: é iniciada no momento do diagnóstico de gestação (28 a 32 dias após a IATF) e apenas as fêmeas não gestantes, são submetidas à um novo protocolo. Este método, possibilita a realização de três inseminações em um intervalo de 80 dias.

 

ressincronização convencional

Figura 2. Desenho esquemático da ressincronização convencional.

Ressincronização precoce: o protocolo é iniciado em todas as fêmeas (sem saber a condição gestacional) 22 dias após a IATF. O diagnóstico de gestação é realizado no dia 30 e somente as vazias seguem no protocolo e são re-inseminadas no dia 32. Possibilita a realização de três inseminações em um intervalo de 64 dias.

 

ressincronização precoce

Figura 3. Desenho esquemático da ressincronização precoce.

Ressincronização superprecoce: método desenvolvido recentemente, o qual possibilita a realização de três inseminações em 48 dias. Neste modelo, o protocolo é iniciado em todas as fêmeas 14 dias após a IATF e o no dia 22, realiza-se o diagnóstico de gestação por meio da ultrassonografia Doppler e as fêmeas vazias (corpo lúteo com baixo fluxo sanguíneo), seguem no protocolo e são inseminadas no dia 24.

 

ressincronização superprecoce

Figura 4. Desenho esquemático da ressincronização superprecoce.

A escolha do tipo de ressincronização depende do objetivo do sistema de produção, do manejo da fazenda, dos custos envolvidos e da mão de obra (disponibilidade do veterinário para realização da ultrassonografia e dos funcionários da fazenda para o manejo dos animais). Entretanto, com a ressincronização superprecoce é possível aumentar a taxa de serviço a cada 21 dias, chegando muito próximo de um modelo hipotético que teria 100% das fêmeas ciclando, com 100% de observação de cio.

Igor Garcia Motta

Especialista Técnica em Reprodução Animal

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