Problemas de casco: a chave é a PREVENÇÃO!

Os problemas de casco são enfrentados por todos os sistemas de produção e categorias animais. No corte, embora seja uma condição um pouco mais branda, podemos ter casos mais graves em animais naturalmente mais pesados, como em confinamentos. No leite, vemos que a rotina da caminhada à ordenha pode trazer problemas bem sérios, haja vista a condição de piso, estruturas, instalações etc. É fato que temos um prejuízo primário com gastos de medicamentos e consultorias técnicas, porém as perdas são maiores ainda para o desempenho e produtividade do animal.

 Dependendo da gravidade, podemos identificar perda de peso corporal, diminuição do consumo de alimentos, menor longevidade no rebanho, menor eficiência reprodutiva, menor desempenho e claro, menores resultados na produção de leite e carne. Estima-se que os custos associados aos problemas de casco podem girar em torno de 100 dólares por caso, dependendo do tipo de problema e da gravidade.

As afecções podais usualmente são divididas em três grandes grupos: infecciosas, laminites e afecções de origem secundária. No entanto, todas são de origem multifatorial e envolvem fatores ambientais, genéticos e nutricionais. Dentre aquelas de origem infecciosa, destacamos Treponema spp., Fusobacterium necrophorum e Dichelobacter nodosus. No Brasil, temos relatos de problemas de casco por todo o país, como úlceras de sola, erosão de talão, necrobacilose interdigital, laminites e pododermatite séptica.

Um estudo brasileiro, retrospectivo, objetivou avaliar a ocorrência dos problemas de casco atendidos pela Clínica de Bovinos de Garanhuns, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Foram levantadas informações acerca de 334 casos de afecções podais documentados, durante janeiro de 1999 a julho de 2021.

No período, observou-se que a dermatite interdigital foi a de maior ocorrência (12%), seguida de dupla sola, laminite, úlcera de sola e hiperplasia interdigital. A claudicação estava presente em 78% dos animais atendidos, enquanto apenas 10% não claudicavam. Por isso a importância do acompanhamento e diagnostico precoce dos problemas de casco através do escore de locomoção por exemplo.

A prevenção das afecções podais pode ser baseada na rotina do casqueamento preventivo aliada com a higiene do ambiente e da execução de pedilúvios. O tratamento tópico é realizado na grande maioria dos casos, com pomadas antibióticas, sulfato de cobre, anti-inflamatórios e antibióticos parenterais. Algumas bases antibióticas são bastante eficazes para esta questão, como a tulatromicina e o ceftiofur, sempre acompanhados dos anti-inflamatórios.

A Ourofino Saúde Animal recomenda o uso do Lactofur com o Maxicam 2%, uma combinação eficaz na diminuição do inchaço e da dor, regressão da lesão e epitelização completa em 15 dias após o tratamento. É importante o acompanhamento e tratamento tópico de todos os animais, bem como o fornecimento das terapias de suporte sempre que necessárias, para a diminuição da dor e aumento da hidratação.