
23 out 2017
Coccidiose bovina: a doença silenciosa que atrasa o desenvolvimento do seu bezerro
Com os avanços da tecnologia e da pesquisa a campo, podemos afirmar que a pecuária está em um processo de evolução constante. Cada vez mais a informação chega ao homem do campo, seja ela através do rádio, da televisão e, atualmente, principalmente via internet. Com esse maior acesso à informação, doenças que no passado não eram conhecidas, ou pouco diagnosticadas, hoje são considerados pontos críticos de controle e que, se não forem devidamente controlados, resultam em prejuízos para o produtor. Uma dessas doenças é a coccidiose. A coccidiose é uma doença ocasionada por um parasito, o protozoário Eimeria. Para os bovinos existem várias espécies, porém duas são mais importantes: Eimeria bovis e Eimeria zuernii. Esse parasito está distribuído em todo território nacional e no ambiente fica localizado no solo, capim e principalmente água.
Figura 1. Oocisto de Eimeria bovis na forma infectante
A forma infectante da Eimeria é chamada de oocisto esporulado, ele atinge essa fase parasitária quando está no ambiente e inicia o processo de parasitismo após a entrada dele no organismo do animal. Isso ocorre quando o bovino ingere alimento contaminado, quando os utensílios (ex. mamadeiras) são lavados com água contaminada ou quando o animal bebe água de uma fonte contaminada, sendo essa última, a forma mais comum.
Figura 2. Principais formas de infecção de coccidiose em bezerros
Após a entrada da Eimeria no organismo do animal, ela inicia o seu ciclo parasitário que ocorre basicamente quando o parasito chega ao intestino do bovino, ele inicia um processo de reprodução assexuada (mitoses) e posteriormente a reprodução sexuada (formação dos novos oocistos). Esses processos reprodutivos acontecem dentro dos enterócitos (células intestinais). Como há uma multiplicação rápida do parasita dentro das células, as mesmas não aguentam e terminam se rompendo, liberando os parasitos que estavam ali para fazer o mesmo processo em outras células ou, no caso da reprodução sexuada, liberam o oocisto na luz do intestino. O ciclo parasitário está estreitamente ligado com a patogenia da doença. Ao romper as células no processo de multiplicação parasitária, são ocasionadas diversas lesões no intestino do animal. Tais lesões reduzem de forma significativa a capacidade de absorção de nutrientes e água levando à síndrome da má absorção. Pelo fato de não absorver bem os nutrientes, o conteúdo intestinal começa a sofrer um processo fermentativo, alterando as suas propriedades físico-químicas, principalmente a osmolaridade, ou seja, começa a atrair água para dentro do órgão. Como resultado final desse processo patogênico ocorrem: acúmulo de água e conteúdo intestinal, sangramento por causa da ruptura de células e presença de oocistos (oriundos da reprodução sexuada do parasito). O excesso de água dentro do intestino ocasiona a diarreia no animal, o sangue se mistura ao conteúdo intestinal deixando as fezes escurecidas, as rupturas celulares levam a um processo de enterite com produção de muco. Por isso outro nome popular da coccidiose é a diarreia negra.
Figura 3. Bezerro de corte com coccidiose (fezes negras).
A forma clínica da coccidiose acomete bovinos jovens, principalmente entre 40 e 90 dias de idade. Porém, o nível elevado do desafio ambiental pode fazer com que a doença acometa animais mais jovens ou animais mais velhos também. Os principais sinais clínicos são: diarreia de coloração escura e aspecto “colento” (normalmente as fezes ficam coladas na calda do animal), perda de peso, retardo no crescimento, falta de apetite e desidratação. O exame padrão para diagnosticar eimeriose é a técnica de flutuação de McMaster (OOPG – oocistos por grama de fezes). Em rebanho de corte, além do exame de OOPG, também se pode suspeitar de eimeriose subclínica quando um bezerro de 40 a 60 dias está consideravelmente menor do que os seus demais contemporâneos.
Figura 4. Realização do exame de fezes realizado na própria fazenda.
O tratamento ou profilaxia da coccidiose bovina é realizado com o Isocox, um antiparasitário à base toltrazuril na concentração 5% em veículo de suspensão coloidal (TSC). A dose para tratamento, quanto para prevenção é 10 mL / 30 kg de peso vivo. Os melhores momentos para tratamento preventivo são:
Marcel Onizuka, especialista técnico na Ourofino Saúde Animal
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Comentários
Luiz Fernando Bonin Freitas
Quarta-feira, 23 de Junho de 2021
Excelente artigo
Ourofino Saúde Animal
Quinta-feira, 24 de Junho de 2021
Olá Luiz,
Muito obrigada pelo seu feedback.
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Raimundo Nonato Maia chagas
Sábado, 23 de Maio de 2020
Quero receber informações sobre coecidiose. Tristeza parasitária e as plincipais tec de manejo com bov e bubalino
Ourofino Saúde Animal
Terça-feira, 26 de Maio de 2020
Olá Raimundo,
Obrigada pelo seu contato.
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