01 fev 2019

Controle estratégico e tático de carrapatos

O rebanho bovino brasileiro corresponde ao segundo maior em quantidade e maior rebanho comercial no mundo, com mais de 214 milhões de cabeças (IBGE, 2018). Entretanto, países com menor rebanho são mais eficientes na produção animal, como é o exemplo dos Estados Unidos. De modo a aumentarmos e otimizarmos os resultados, o controle de ectoparasitos se torna peça fundamental no sistema de produção animal brasileiro. Segundo estudos realizados no ano de 2009 por Delgado et al., os carrapatos são os parasitas que mais tomam a atenção do produtor, seguidos dos bernes.

O controle do carrapato deve ser bem estabelecido, uma vez que altas infestações causam diminuição da produtividade (carne e leite), estresse, anemias, danos ao couro, transmissão de doenças (como a tristeza parasitária bovina), suscetibilidade a infecções secundárias e bicheiras.

Segundo Grisi et al. (2012), com uma infestação média de 32 carrapatos/animal as perdas podem chegar a 90,24 kg de leite/animal/lactação de 305 dias, gerando prejuízo de R$ 3,5 bi. Em animais de corte há uma perda de cerca 1,37g/carrapato/dia por animal resultando em um prejuízo de R$ 8,5 bi. Juntos os prejuízos relacionados ao carrapato no Brasil chegam a R$13 bi.

O controle de carrapatos pode ser dividido entre estratégico e tático.

Controle estratégico

O controle estratégico baseia-se no princípio do tratamento dos animais administrando os produtos durante o período mais crítico e onde a população do carrapato se encontra fragilizada devido às condições climáticas desfavoráveis a ele. Geralmente este intervalo corresponde ao fim do período seco e início do período chuvoso, quando se origina a primeira geração de carrapatos do ano. Com este tratamento, as próximas gerações serão influenciadas negativamente, diminuindo a infestação nos animais e no ambiente. O intuito deste tipo de tratamento é manter a infestação por carrapatos controlada com baixo custo de implementação, de modo a não afetar a produtividade dos animais.

Para determinar o melhor protocolo de controle estratégico, devemos avaliar primeiramente a situação da fazenda e classificar a infestação nos animais em alta, média e baixa. As altas infestações ocorrem quando no animal são encontradas grandes quantidades de larvas e de adultos (teleóginas). As médias infestações ocorrem quando se encontram no animal uma média quantidade de larvas e poucas teleóginas. E as baixas infestações ocorrem quando o animal está infestado com poucas larvas e nenhum parasita adulto.

O principal entrave para o controle estratégico é a disciplina do produtor, uma vez que ao não enxergar formas adultas nos bovinos erroneamente supõe-se que o rebanho está livre de parasitas, interrompendo o tratamento.

Tratamento tático

Já o tratamento tático pode ser incluído durante o controle estratégico e baseia-se no tratamento dos animais visualmente infestados, que devem permanecer sob vigilância constante do nível de infestação ou após mudanças climáticas que favoreçam  o ciclo do carrapato aumentando repentinamente as ondas de infestação e parasitas nos animais, por exemplo, após chuvas inesperadas.

O tratamento tático também deve ser empregado em animais recém-adquiridos antes de serem incorporados ao rebanho e aos animais de sangue doce, que representam de 10 a 15% do rebanho, mas podem ser parasitados por 70% da carga parasitária da propriedade.

Soluções Ourofino

Como soluções para este problema, a Ourofino possui produtos pensados para o controle tático e estratégico dos animais.

A Família Colosso, marca consolidada e reconhecida no mercado nacional, age por contato nos ectoparasitas limpando os animais rapidamente. Esse efeito é conhecido como efeito knock-down e é amplamente utilizado em banheiras de imersão, pulverização e na apresentação pour on.

Indicado para o controle estratégico, o Fluatac Duo, associação entre o fluazuron e a abamectina, age eficientemente em ecto e endoparasitas. O fluazuron possui efeito sistêmico e age na produção de quitina dos carrapatos, afetando sua ecdise e também a oviposição. A abamectina também possui efeito sistêmico e age no sistema nervoso central dos parasitas, matando-os através da paralisia. O produto é indicado para tratamento de carrapatos, moscas-dos-chifres e bernes, possuindo também ação nas verminoses.

O Superhion é uma associação entre o fluazuron e o fipronil, possuindo uma dupla ação contra os parasitas: sistêmica e por contato. O fluazuron é absorvido pelo organismo do animal, metabolizado e armazenado no tecido adiposo sendo liberado aos poucos via circulação sanguínea, que é quando o carrapato irá entrar em contato com o fármaco. O fipronil possui ação por contato, sendo absorvido pela glândula sebácea do folículo piloso e liberada conforme o animal libera o sebo. Age por contato, atingindo o sistema nervoso central dos parasitas.

A Ourofino possui sugestões de protocolo para altas, médias e baixas infestações. Para maiores informações sobre o protocolo mais indicado para sua região, consulte nosso Consultor Técnico da sua região. Abaixo seguem protocolos de controle estratégico utilizado no Rio Grande do Sul para banheiros de imersão e para o resto do país, ambos de alto desafio.

Alto desafio - Banheiro de imersão

 

Alto desafio

 

 

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Lucas Marques e Ingo Mello

Analista técnico em saúde animal e gerente técnico em saúde animal

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