Artigos - Como intensificar o programa reprodutivo incorporando a ressincronização?

28 fev 2023

Como intensificar o programa reprodutivo incorporando a ressincronização?

Para discutir o conceito de ressincronização, é necessário que o produtor “mude a chave” quando o tema é reprodução. A ideia principal é que ele compreenda que a velocidade com que as matrizes ficam prenhes é tão importante quanto aos bons resultados do protocolo de inseminação artificial. Na prática, o que iremos propor é a implementação de um programa reprodutivo que consiste em protocolar sistematicamente as matrizes (IATF + ressincronização), ou seja, submeter estas fêmeas a um novo protocolo, aumentando as chances de se tornarem gestantes. Além disso, é possível reduzir o intervalo entre as inseminações; aumentar o número de fêmeas gestantes no início da estação e o número de fêmeas gestantes por inseminação maior ganho genético e maior número de bezerros do “cedo”; com duas ressincronizações é possível reduzir o número de touros da propriedade.

 

Para a intensificação do programa reprodutivo, alguns pontos precisam ser levados em consideração:

  • Planejamento do calendário para evitar sobreposição dos manejos;
  • Organizar equipe de trabalho para não sobrecarregar os colaboradores;
  • Realizar manutenção preventiva do curral, com atenção especial ao tronco de contenção, mantendo limpo e lubrificado. Verificar a funcionalidade das estruturas de contenção (pescoceira e coiceira, por exemplo). Lembre-se que o mal funcionamento do tronco pode comprometer todo o trabalho no curral.

 

 

Tipos de ressincronização

 

Atualmente, existem basicamente três tipos de ressincronização: Convencional, Precoce e Superprecoce. Quanto à escolha do programa de ressincronização, é importante levar em consideração o objetivo da propriedade, bem como as vantagens e desvantagens dentro de cada ressincronização.

 

Ressincronização convencional: é iniciada após o diagnóstico de gestação (28 a 32 dias após a IATF) e apenas as fêmeas não gestantes são submetidas a  um novo protocolo. Este método possibilita a realização de três inseminações em um intervalo de 80 dias. Vantagens: flexibilidade de agenda e menor utilização de produtos. Desvantagem: é o programa de ressincronização com o maior intervalo entre as inseminações.

Figura 1. Desenho esquemático da ressincronização convencional.

Ressincronização precoce: o protocolo é iniciado em todas as fêmeas (sem saber a condição gestacional) 22 dias após a IATF. O diagnóstico de gestação é realizado no dia 30 e continua-se o protocolo apenas nas fêmeas não gestantes para serem reinseminadas no dia 32. Esse método possibilita a realização de três inseminações em um intervalo de 64 dias. Vantagens: consegue otimizar o tempo, reduzindo o intervalo entre as inseminações aumentando a proporção de bezerros do “cedo”. Desvantagens: menor flexibilidade de agenda; maior utilização dos produtos e atenção quanto à dose de Sincrodiol® no início do protocolo de ressincronização. (2 mL para fêmeas paridas e 1 mL para novilhas)

Figura 2. Desenho esquemático da ressincronização precoce.

Ressincronização superprecoce: método desenvolvido recentemente, o qual possibilita a realização de três inseminações em 48 dias. Neste modelo, o protocolo é iniciado em todas as fêmeas 14 dias após a IATF e, no dia 22, realiza-se o diagnóstico de gestação por meio da ultrassonografia Doppler e continua-se o protocolo apenas nas fêmeas não gestantes (corpo lúteo com baixa perfusão sanguínea), para que estas sejam inseminadas no dia 24. Vantagens: consegue otimizar o tempo, reduzindo o intervalo entre as inseminações, concentrando as parições no início da estação de nascimentos, aumentando a proporção de bezerros do “cedo” Desvantagens: menor flexibilidade de agenda; capacitação técnica para realizar o diagnóstico, assim como, a necessidade de ultrassom que disponha da tecnologia doppler; maior utilização dos produtos e atenção quanto ao início do protocolo. Neste caso, a dose de Sincrodiol® no início do protocolo de ressincronização é de 1 mL, independentemente, da categoria. Outra opção é iniciar o protocolo de ressincronização superprecoce associando o Sincrogest injetável (0,5 mL) ao dispositivo de progesterona.

Figura 3. Desenho esquemático da ressincronização superprecoce

Por fim, muitas dúvidas ocorrem com relação ao tipo, momento e como iniciar a ressincronização. Sendo assim, é necessário o acompanhamento de um médico-veterinário para o desenho da estratégia que melhor se encaixa à propriedade.

Quer saber mais sobre ressincronização?  Acompanhe o Ourofino em Cast.

Msc. Igor Garcia Motta – Especialista Técnico em Reprodução Animal

PhD. Rodolfo Daniel Mingoti - Especialista Técnico em Reprodução Animal

Tags

Newsletter

Cadastre seu e-mail e receba nossa newsletter.


Deixe o seu comentário