03 dez 2012

Uso de antimicrobianos preventivos no incubatório

Com a evolução genética e nutricional das últimas décadas, estamos vivendo na atualidade o que chamamos de AVICULTURA MODERNA. O resultado desta evolução foi a conquista de animais com altos patamares zootécnicos, aliados a um custo de produção cada vez menor.  A análise de custo x lucro na avicultura é baseada em centavos/kg e por isso a população de animais/m² é cada vez maior e a produtividade mais desejada. No entanto, nem sempre esta evolução tecnológica é acompanhada por condições ideais de ambiência, bem estar animal, instalações adequadas e qualificação de mão-de-obra. Além disso, o crescimento da produção muitas vezes causa impactos negativos ao ambiente, por acúmulo de dejetos produzidos, resíduos de cama de animais, etc. Este “novo” frango tem exigido cada vez mais de nossos produtores, melhores práticas de manejo e galpões melhores adaptados a esta nova realidade, principalmente no que se refere ao manejo das duas primeiras semanas de vida. Em contrapartida, as novas exigências do mercado consumidor nos obrigam a produzir um produto de alta qualidade e a qualidade sanitária dos pintinhos representa importante parte de todo este processo. Os pintinhos, no seu primeiro dia de vida, recebem vacinas para algumas doenças como: Doença de Marek, Bronquite e Doença de Gumboro. Os três primeiros dias de vida são críticos, e geralmente associa-se a esta vacinação no 1º dia, o uso de antimicrobianos como a gentamicina (Gentrin injetável). O Gentrin é o produto mais concentrado do mercado, com 4,4% de princípio ativo, tratando 20.000 pintinhos por frasco de 100 ml. É um antimicrobiano da classe dos aminoglicosídeos, bactericida, de amplo espectro de ação, com foco em bactérias Gram-negativas. Possui excelente ação em Mycoplasma spp., Escherichia coli, Salmonella spp.  e Pseudomonas aeruginosa. O Gentrin injetável, nessa situação, favorecerá a sobrevivência dos pintinhos, pois estará presente no organismo animal na fase mais crítica. O programa da Ourofino, recomenda que sejam vacinados todos os pintinhos e principalmente os oriundos de matrizes que estão nas 5 primeiras ou 5 últimas semanas de postura. Por que esta ênfase com matrizes “mais novas” e “mais velhas” ? Porque nas primeiras semanas de postura a galinha ainda não sabe que o ninho serve para botar os ovos e acaba botando-os no chão, ocasionando os “ovos sujos”, isto facilita a contaminação que pode levar a morte deste embrião ou do pintinho após o nascimento. Nas 5 últimas semanas, o que ocorre é semelhante, como a galinha já esta no fim de sua vida produtiva, os ovos são muito grandes, levando ao aumento do diâmetro dos poros da casca, isso facilita a entrada das cepas bacterianas presentes no ambiente. Outra situação em que é favorável a utilização da Gentamicina é na vacinação de ovos no Incubatório. Neste processo a vacinadora realiza a vacinação de vários ovos ao mesmo tempo, e a agulha, mesmo que seja desinfetada a cada vacinação, pode levar contaminação de um ovo ao outro. Além disso, a vacinação no ovo faz com que o orifício em que a agulha entrou permaneça aberto por 48 horas, até que os pintinhos nasçam, se transformando então em uma porta de entrada para bactérias que possam vir a prejudicar a sobrevivência dos pintinhos. Sendo assim a utilização da Gentamicina como forma preventiva na vacinação “in ovo” ou o Gentrin injetável em pintos de 1 dia se torna benéfica resultando em melhores níveis de eclosão e de sobrevivência na primeira semana de vida. Os antimicrobianos constituem uma ferramenta importante para garantir a sanidade e o desempenho do lote. Podemos e devemos fazer o uso desta ferramenta, de forma preventiva/estratégica ou terapêutica, conforme o desafio enfrentado. No entanto, o que assistimos no campo é a utilização excessiva de antimicrobianos, sem análise criteriosa do desafio enfrentado, como: antibiograma prévio, número de animais, peso médio dos animais, condição ambiental, manejos, etc. Isso contribui invariavelmente para o surgimento de cepas bacterianas resistentes às moléculas existentes no mercado. Visando o aumento da produtividade animal, mas garantindo a qualidade da carne servida ao mercado consumidor e bem-estar das aves a Ourofino Saúde Animal tem baseado o uso de seus programas terapêuticos e preventivos de forma racional, visando a maximização da sanidade do rebanho evitando o uso excessivo de medicamentos.   Bibliografia consultada: Qualidade sanitária de pintos de 1 dia. Disponível em: http://www.amevea-ecuador.org/   Por Alyne van Ham, Zootecnista, Depto Aves & Suínos, Ourofino Saúde Animal.

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