Artigos - Módulo 1: texto 2 - Métodos de descongelação de sêmen

06 jun 2015

Módulo 1: texto 2 - Métodos de descongelação de sêmen

As vantagens do uso da inseminação artificial são muitas, entre elas podemos citar melhoramento genético, otimização de reprodutores geneticamente superiores, controle zootécnico do rebanho e padronização de lotes. Porém, os cuidados com o processo de inseminação começam no manejo do botijão de sêmen e passam pelos métodos de descongelação. Este é o assunto que será revisado nesse texto.

A importância desse processo está no fato de que se estiver tudo correto (a vaca no momento ideal de inseminação e o inseminador capacitado), mas se a descongelação não for feita de forma adequada, o resultado será desfavorável.

Há duas maneiras para descongelar o sêmen: manual e eletrônica. É muito importante conhecer as duas técnicas, pois temos várias situações de imprevistos a campo em que são necessárias a utilização de uma ou outra.

Descongelação manual: Deve-se utilizar um recipiente isotérmico (isopor) limpo (Figura 1) com água à temperatura de 35 a 37º C. Para atingir essa faixa de temperatura deve-se realizar a mistura de água fria e quente. É necessário ter um termômetro (mercúrio ou álcool; Figura 2), podendo também ser usado termômetro digital. Ao alcançar a temperatura correta, as palhetas de sêmen devem ser retiradas do botijão e introduzidas no recipiente com sua porção posterior (bucha) voltada para baixo para evitar o rompimento da mesma. Com o auxílio de um relógio (Figura 3), deve-se esperar marcar 20 segundos de descongelação para palhetas finas e 30 segundos para palhetas médias. É importante não deixar as palhetas menos ou mais tempo do que indicado, pois pode ocorrer mudança de temperatura e prejudicar a qualidade e fertilidade do sêmen.

 

Descongelação eletrônica: Utilizada também com muita frequência nos manejos de inseminação artificial em tempo fixo (IATF), pois geralmente têm-se muitas fêmeas em inseminação no mesmo dia. A grande vantagem deste método é manter a temperatura constante e permitir a descongelação de mais de uma palheta ao mesmo tempo (de 3 a 5 palhetas). Com o aparelho devidamente calibrado e checado quanto ao funcionamento e temperatura, as palhetas devem ser introduzidas (Figura 4) e permanecer com sua porção posterior (bucha) voltada para baixo evitando o rompimento da mesma. Ao final do processo de descongelação (20 segundos para palhetas fina e 30 para palhetas médias) um sinal sonoro será emitido, confirmando que o sêmen está pronto para uso. 

Estes aparelhos têm ajuste de temperatura e tempo, sendo necessário ser feito pelo responsável do processo. Vale ressaltar que não devemos exceder o número de palhetas indicado pelo fabricante. Também é muito importante manter um termômetro de mercúrio ou álcool no descongelador como medida de segurança, certificando o bom funcionamento do mesmo.

Ao final da inseminação, seja através da descongelação manual ou eletrônica, deve-se conferir se realmente todo o sêmen foi depositado e todos os dados anotados. Essa rotina quando realizada de forma correta, garante bons resultados de prenhez com o uso da inseminação artificial ou na IATF.

Ao identificar o local em que o sêmen se encontra, a caneca deve ser exposta para a retirada da palheta de sêmen. No entanto, a caneca deve ser exposta até no máximo 7 cm abaixo da boca do botijão (Figura 5), para que a temperatura se mantenha e a fertilidade do sêmen seja preservada. Além disso, as palhetas devem retiradas de dentro do botijão sempre com o auxílio de uma pinça para evitar o contato com a mão (Figura 6).

Observando todos esses cuidados consegue-se manter a qualidade do material genético e obter os bons resultados que são esperados pelo uso da inseminação artificial.

 

Equipe Reprodução Animal - Ourofino

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