24 mai 2022

Uso imprudente de antibióticos: como devemos agir?

A preocupação com o uso indiscriminado de antibióticos vem de algum tempo, mesmo na medicina veterinária. Na medicina humana, alguns países vêm adotando políticas de restrição, diminuição de uso de algumas bases específicas e maior controle de compra e utilização dos antibióticos. Essa preocupação vem do fato que muito têm se falado da resistência bacteriana.

Na realidade muito ainda não se sabe sobre os efeitos a curto ou a longo prazo sobre os antimicrobianos. Além disso, há uma pressão seletiva para bactérias resistentes, visto que temos tratamentos errôneos quanto à duração e ao agente causador. Na veterinária, o maior uso de antimicrobianos ainda é no leite, e, ainda com as novas metodologias, temos alguns fatores que contribuem para este aumento de resistência, como por exemplo:

  1. Tratamentos para mastite de curta duração, que são finalizados tão logo os sintomas clínicos desaparecem;
  2. Uso de princípios ativos com pouca atividade contra microrganismos gram-negativos;
  3. Terapia de vaca seca convencional, todas as vacas são tratadas, independentemente de estarem positivas ou não (maior exposição ao antibiótico);
  4. Baixa eficácia na mastite crônica (menos de 50%)

Diante desta situação, o nosso papel é sempre aumentar o diagnóstico das doenças para nos dar melhores taxas de sucesso frente a um tratamento proposto. Temos então, cada vez mais, saber com o que estamos lidando para montar o melhor protocolo.

O diagnostico laboratorial ou a cultura na fazenda podem ser alternativas essenciais para incrementar esse diagnóstico e reduzir o custo de antibióticos. Porém aliado a estes testes temos que sempre prezar pelo REGISTRO de todos os casos clínicos, histórico dos animais e frequências de testes, como CCS e CBT. Cada fazenda poderá apresentar um padrão de infecção e em alguns casos há a necessidade de realizar um diagnóstico mais específico no laboratório.

E na prática!?

  • Já está mais que provado que o uso de anti-inflamatório no protocolo de tratamento da mastite aumenta a taxa de cura, o que resulta em menor CCS e menor probabilidade de descarte do animal. O medicamento de escolha aqui é o Maxicam 2%, com o princípio ativo meloxicam, testado para este fim.
  • Identificar vacas crônicas, que não estão respondendo ao protocolo durante a lactação.
  • Através dos registros, identificar se o medicamento de escolha na fazenda está com taxa de sucesso adequada.
  • Avaliar a eficiência da terapia de secagem. Muita mastite clínica no pós-parto é um indício que algo vai mal!

A Ourofino Saúde Animal conta com excelentes princípios ativos para o controle da mastite, que, se melhores empregados com o controle e diagnostico integrados trarão maior sucesso para a atividade. Sempre procure um médico-veterinário para te auxiliar no diagnóstico e nos protocolos adequados!

 

 

 

Bruna Gomes Alves
Especialista Técnica em Saúde Animal da Ourofino Saúde Animal

Paula Curti
Estagiária do Departamento Técnico e Marketing da Ourofino Saúde Animal

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