11 fev 2020
Terapia da vaca seca: do controle à prevenção das mastites subclínicas
Existem cerca de 130 tipos diferentes de agentes responsáveis por causar danos ao tecido mamário dos bovinos. Os microrganimos, em sua grande maioria, as bactérias, são classificados basicamente em dois grupos: contagiosos e ambientais.
Esses microrganismos se multiplicam na glândula mamária, causando infecções crônicas que geralmente não apresentam sintomas clínicos de alta gravidade. Na Tabela 1 estão exemplificadas as principais diferenças entre as mastites contagiosas e as ambientais:
Mastite Contagiosa | Mastite Ambiental | |
Microrganismos | Strep. agalactiae, Staph. Aureus, Mycoplasma spp, Corynebacterium bovis | Coliformes (E. coli, Klebsiella spp.,Enterobacter spp.) Estreptococcus ambientais (Strep. uberis, Strep. dysgalactiae, Strep. canis) Enterococcus spp. |
Reservatório dos agentes causadores | Úbere de vacas infectadas | Ambiente, matéria orgânica (esterco, lama barro) |
Transmissão | No momento da ordenha, de quartos mamários infectados para sadios. | Contato dos tetos com matéria orgânica ou equipamento em funcionamento inadequado |
Características | Mastite subclínica, alta CCS, queda na produção de leite, casos clínicos crônicos. | Mastite clínica, gravidade depende da resposta imune do animal, casos clínicos de curta duração. |
O úbere é o principal reservatório dos patógenos que causam a mastite contagiosa, elevando o risco de transmissão da doença, e aumentando o número de novos casos no momento da ordenha. Durante esse manejo, o próprio ordenhador pode contaminar o teto com a reutilização de panos de secagem, por meio de teteiras, flutuações de vácuo do equipamento e reversão do fluxo de leite durante a ordenha. Já as novilhas que se encontram no pré-parto podem ter seus tetos contaminados pelas moscas, outro agente transmissor das mastites contagiosas.
É comum que os patógenos causadores de mastite contagiosa se manifestem na forma subclínica da doença, já que esses microrganismos não estimulam a resposta imune aguda. Nesse caso não há alteração físico-química do leite ou sinais clínicos no úbere dos animais, apenas em alguns casos isolados esses patógenos podem causar manifestações clínicas.
A mastite contagiosa persiste na glândula mamária de forma subclínica
Para prevenção desse tipo de doença, é essencial adotar boas práticas, como a realização de pós-dipping e separar as vacas infectadas por lotes, sendo ordenhadas por último. O descarte de animais com mastite crônica dentro do rebanho também pode ser uma alternativa para evitar novos casos.
Os prejuízos causados pela mastite contagiosa são muitos, como aumento da CCS no tanque de leite, queda na produção, levando a perdas ou descontos por laticínios que remuneram os produtores de acordo com a qualidade do leite.
Durante a secagem devemos adotar medidas que evitem novas infecções que somente irão se manifestar na próxima lactação, além de ser considerado o momento ideal para eliminarmos infecções subclínicas. Esse período é uma necessidade fisiológica dos animais e impacta diretamente na saúde da glândula mamária, no risco de doenças após o parto e na próxima lactação da vaca. A glândula mamária necessita de 60 dias para se regenerar, e posteriormente, se desenvolver para a próxima lactação, passando por três fases importantes:
1. Fase de involução ativa: período entre a última ordenha e total involução da glândula mamária, podendo durar até quatro semanas. Nesse período, há formação do tampão de queratina, barreira física produzida pelo animal, que impede a entrada de patógenos pelo teto. A velocidade de sua produção está relacionada com a capacidade produtiva e fatores individuais. Nessa fase, o risco de ocorrência de novas infecções torna-se elevado, devido a alguns fatores: acúmulo de leite na glândula, vazamento de leite dos quartos mamários, aumento da contaminação da extremidade dos tetos devido à descontinuidade da ordenha, redução da capacidade de resposta do sistema imune e atraso ou não formação do tampão de queratina.
2. Fase de involução estável: a fase intermediária do processo de secagem varia de acordo com o número de dias do período. Nesse momento, a glândula não se encontra totalmente evoluída e protegida contra novas infecções.
3. Fase de colostrogênese: última fase do período de secagem que ocorre de duas a três semanas antes do parto. Nesse momento, a glândula se prepara para a próxima lactação e produção do colostro, novamente com alto risco de infecções, devido ao aumento da pressão intramamária e queda na imunidade da vaca.
Figura 1. Fases do período seco e média de duração delas (adaptado de Marcos Veiga dos Santos)
Quais os benefícios da utilização do protocolo de secagem?
1- Maior taxa de cura microbiológica de infecções subclínicas em relação ao tratamento durante a lactação
2- Reduz o risco de novas infecções durante o período seco
3- Reduz a incidência de mastite clínica no pós-parto imediato
Podemos ter casos de mastite no período seco, e estes são provenientes de infecções anteriores ou de novas infecções adquiridas durante as fases críticas da secagem. Para tratar e prevenir novas infecções durante o período seco, a Ourofino Saúde Animal indica a associação do antimicrobiano intramamário Ciprolac® Vaca Seca e do selante de tetos Sellat®. Uma associação eficiente para o controle das mastites.
Fernando Polizel e Bruna Guerreiro
Departamento Técnico Ourofino Saúde Animal
Tags
- Leite é Bom com Tudo
- leite fresco
- produção de leite
- produção de leite fresco
- produção do leite
- 17ª edição do Interleite
- agroleite
- AgroTecnoleite Complem
- bacia leiteira
- bovino de leite
- cadeia de leite
- cadeia leiteira
- cadeia produtiva leiteira
- Capital Nacional do Leite
- controle de resíduos no leite
- descarte de leite
- fazendas de leite
- febre do leite
- fêmeas produtoras de leite
- FestLeite
- gado de leite
- Gado leiteiro
- geraleite
- Interleite
- leite
- leite em pó
- leite uruguaio
- leiteebomcomtudo
- leiteira
- leiteiras
- megaleite
- megaleite2017
- Oscar da pecuária leiteira
- OurofinoNaMegaleite
- pecuária de corte e leite
- pecuária de leite
- pecuária leiteira
- pecuária leiteira brasileira
- Poupança Leite
- produção de carne e leite
- produção leite Santa Catarina
- produção leiteira
- produçãoleiteira
- produtor de leite
- propriedades leiteiras
- propriedades produtoras de leite
- qualidade do leite
- qualileite
- rebanhos leiteiros
- reprodução em gado leiteiro
- rota do leite
- Simpósio de Pecuária Leiteira
- Tecnoleite
- Tecnoleite Complem
- troféu agroleite
- trofeuagroleite
- vaca leiteira
- vacas leiteiras
- vacas produtoras de leite
Comentários
Marcos Caliani
Sábado, 04 de Abril de 2020
Ourofino empresa que busca inovações tecnológicas a agropecuária nacional, devido a essa postura receber informações é adequar se a essas inovações!
Ourofino Saúde Animal
Segunda-feira, 06 de Abril de 2020
Olá Marcos,
Muito obrigada pelo seu comentário.
Um dos nossos propósitos é Reimaginar a Saúde Animal!!
Não deixe também de se inscrever em nosso site para receber gratuitamente conteúdo sempre atualizado.
https://www.ourofinosaudeanimal.com/newsletter/