23 ago 2021

Protocolo estratégico para controle de parasitas

Quando o assunto é controle de parasitas, o mais importante é saber qual a melhor estratégia para o manejo. Considerando os sistemas convencionais e o clima predominantemente favorável ao longo do ano, erradicar as parasitoses é uma tarefa praticamente impossível. Então, é preciso definir estratégias de controle capazes de manter os parasitas em níveis baixos e controlados que não interfiram de modo negativo na saúde dos animais e na produtividade.

As verminoses e carrapatos são os principais responsáveis pela perda de produtividade nos rebanhos. A criação extensiva permite no Brasil o maior contato dos animais com os parasitas que vivem durante a fase de vida livre no ambiente a espera da oportunidade de completarem seus ciclos parasitários nos animais. De modo geral, o clima brasileiro e a atividade pecuária predominantemente a pasto, permitem que os parasitas se multipliquem com relativa facilidade e rapidez. No verão, as condições ambientais são ainda mais favoráveis resultando em altas infestações de carrapatos e verminoses nos animais.

Animais vermifugados regularmente apresentam em média ganho de peso superior, variando de 10 a 40 kg de peso vivo em relação a animais não tratados (Carneiro et al. 1991; Pinheiro et al. 2000; Borges et al. 2013). Essa variação pode estar relacionada, além da vermifugação, à idade, genética, nutrição, sistema de criação (manejo), entre outros fatores, mas sempre positiva devido ao melhor manejo sanitário.

De fato, há várias formas de controle, mas quando se trata do verão e, para muitas regiões do Brasil tropical, é importante unificar o controle para conter o avanço dos parasitas. Uma das estratégias mais eficientes é a técnica de controle integrado de parasitas. Nela utilizam-se antiparasitários de amplo espectro, capazes de atuar nos parasitas internos e externos. Os endectocidas injetáveis (Master LP e Evol) ou pour on (Fluatac DUO) garantem além do tratamento, o controle através de estratégias ou protocolos de aplicação durante os manejos da fazenda. Já no controle estratégico de parasitas, levamos em consideração tratamentos preventivos, nas épocas do ano em que o ambiente oferece maior desafio aos parasitas (ex.: período seco) que antecedem as médias e altas infestações (ex.: período quente e chuvoso). O controle integrado de parasitas associado ao controle estratégico, na combinação: controle estratégico e integrado.

No período seco do ano, onde a baixa humidade é mais baixa, os dias são mais curtos e as temperaturas médias caem, muitos parasitas encontram dificuldades para cumprir a etapa de vida livre, enfraquecem e morrem no ambiente. A taxa de infestação dos animais acompanha a redução das populações parasitárias do ambiente. Torna-se uma grande oportunidade aproveitar o enfraquecimento dos parasitas e a redução das populações de vida livre e nos animais, para realizar tratamentos estratégicos capazes de comprometer ainda mais a viabilidade dos parasitas, reduzindo as populações e aumentando a eficácia do controle. As gerações parasitárias futuras ficam enfraquecidas e reduzidas garantindo o controle.

É importante lembrar que alguns animais são considerados de “sangue doce”, sendo mais sensíveis as infestações por parasitas externos e infecções por parasitas internos, mantendo cargas parasitárias superiores aos demais animais. Os animais de sangue doce podem ser capazes de garantir os estoques de parasitas para futuras gerações, por isso devem receber atenção especial e tratamentos extras para que haja um nivelamento com os demais animais do lote.

É importante considerar a alternância de bases químicas durante as aplicações estratégicas, conforme o protocolo sugerido abaixo:

 

Protocolo Ourofino para controle estratégico de parasitas

INGO MELLO

Especialista Técnico em Saúde Animal da Ourofino Saúde Animal

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