Artigos - Os prejuízos causados pela mosca-dos-chifres e como minimizá-los

20 nov 2017

Os prejuízos causados pela mosca-dos-chifres e como minimizá-los

Os parasitas causam inúmeros prejuízos para na pecuária, entre os mais impactantes destaca-se a mosca-dos-chifres (Haematobia irritans) que, segundo estudos, no Brasil os prejuízos podem chegar a US$ 150 milhões ao ano. Para entendermos sobre a Haematobia irritans, ela foi identificada pela primeira vez no Brasil entre 1976 e 1977 oriunda da Guiana. Devido a ótimas condições ambientais que favorecem sua proliferação, se espalhou por todo o território nacional e para alguns países da América do Sul.  Apesar de realizar a atividade hematófaga, esta não é sua ação mais nociva e sim suas picadas dolorosas e incessantes que duram o dia todo e causam grande irritação ao animal, levando ao alto nível de estresse. A irritação e o incômodo causados pela H. irritans interferem na alimentação dos bovinos que deixam de se alimentar para tentar espantar as moscas, o que acarreta na menor ingestão de nutrientes e pior conversão alimentar impactando diretamente no desenvolvimento do animal, o que resulta na diminuição da produção de leite e na redução do ganho de peso. 

A H. irritans se diferencia da Musca domestica e Stomoxys calcitrans por ser menor e se posicionar no animal com a cabeça virada para baixo (geotropismo positivo). Seu ciclo é muito rápido quando em condições ambientais favoráveis: a fêmea deposita cerca de 20 ovos no bolo fecal e faz cerca de 15 posturas durante sua vida, que dura em média 3 semanas. O ciclo passa pelo estágio de ovo, larva de primeiro instar, larva de segundo instar, larva de terceiro instar, pupa e adulto. Após a emergência, os adultos permanecem nas fezes ou vegetação por cerca de 1 hora até procurar o hospedeiro. A cópula ocorre sobre o hospedeiro ou vegetação próxima no segundo dia de vida e a postura ocorre após o terceiro dia de vida da fêmea. Seu ciclo completo, de ovo a adulto, dura de 10 a 15 dias dependendo das condições ambientais.

A mosca-dos-chifres normalmente fica sobre o dorso do animal nas horas mais frescas do dia e na região ventral nos horários mais quentes. O que causa grande irritabilidade nos bovinos é a probóscide rígida e a frequência de picadas. Uma fêmea realiza o repasto 40 vezes ao dia e o macho 25 vezes ao dia inserindo e retirando a probóscide várias vezes ao dia. O nível de infestação está relacionado com as condições climáticas como umidade do ar, precipitação de chuvas e temperatura do ambiente. Dessa forma, o maior desafio no controle da H. Irritans ocorre no início das chuvas, entre os meses de setembro e outubro.

Segundo Brethour et al. (1987), animais que utilizam brincos impregnados com substâncias mosquicidas podem ter ganho de peso 6% superior aos que não utilizaram nenhum método de controle. Quando avaliados o desenvolvimento e o ganho de peso de animais com infestação de 500 moscas, foi possível observar que os bovinos tiveram uma perda anual de 40 kg (Honer & Gomes 1990). Para minimizar os prejuízos causados pela H. irritans, a melhor estratégia é o controle das infestações no período correto do ano. Uma das alternativas é o controle por meio de produtos Pour-On como Colosso Pour-On e Superhion logo no início das chuvas quando aparece a primeira geração de infestação (normalmente nos meses de setembro e outubro). E para complementar o controle da mosca, o brinco mosquicida Na Mosca oferece proteção para o rebanho durante 4 meses, mas esse período pode variar de acordo com nível da infestação, dinâmica populacional e condições climáticas. 

Pietro Massari, analista técnico em Saúde Animal

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