
09 ago 2016
O que você precisa saber sobre leishmaniose
O que é leishmaniose?
A leishmaniose é uma doença transmitida tanto aos cães quanto ao homem pela inoculação de um protozoário através da picada do inseto popularmente conhecido como mosquito-palha ou birigui e cientificamente conhecido como Lutzomyia longipalpis. O protozoário denominado Leishmania parasita as células de defesa do organismo do cão ou do homem causando uma série de sintomas e levando a alterações em órgãos importantes e vitais. As crianças são as principais vítimas da leishmaniose, que é uma doença crônica e, se não tratada, evolui para óbito em 90% dos casos.
Leishmaniose no Brasil
Segundo o Ministério da Saúde, em 2013 foram notificados 3.253 casos de leishmaniose em humanos, ou calazar, como também é conhecida. Entre os anos de 2000 e 2011 a leishmaniose matou mais do que a dengue em nove estados do país sendo que em Minas Gerais, área endêmica para a doença, as mortes por leishmaniose foram mais do que o dobro comparativamente às mortes por dengue. Até 2014 a doença foi notificada em 21 dos 26 estados brasileiros. Apesar de sua alta mortalidade e incidência em praticamente todo o Brasil, pouco se fala sobre a leishmaniose, sua transmissão e prevenção ou sobre as medidas de combate a seu agente transmissor, o inseto conhecido popularmente como mosquito-palha e cientificamente como Lutzomyia longipalpis.
Leishmaniose no mundo
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a leishmaniose visceral ou calazar é endêmica em 62 países do mundo, havendo 500 mil novos casos humanos anualmente.
Por volta de 200 milhões de pessoas estão em risco em todo o mundo! Previna-se!
Transmissão da leishmaniose
A leishmaniose pode ser transmitida para o cão e para o homem e essa transmissão ocorre somente através da picada do mosquito-palha.
Não existe a transmissão direta, sem a picada do mosquito palha, entre seres humanos entre cães ou dos cães para os seres humanos e vice-versa.
Os sinais clínicos iniciais da leishmaniose podem confundir a doença com muitas outras.
Nos cães, pode ocorrer vômito, fraqueza, emagrecimento, acentuada queda de pelos, feridas de difícil cicatrização no focinho, orelhas e patas e um crescimento anormal das unhas.
Nos seres humanos, pode acontecer febre prolongada e persistente, fraqueza, emagrecimento, baço aumentado de tamanho e os sangramentos são comuns em casos crônicos e mais graves.
Como prevenir a leishmaniose em seu cão?
Dados científicos comprovam que a medida mais eficaz de prevenção da transmissão da leishmaniose para o cão é pela proteção contra a picada do mosquito-palha, inseto transmissor da doença. Essa proteção é feita pelo uso de produtos veterinários que contém substancias com a propriedade de repelir o mosquito-palha. Alguns destes produtos causam também a mortalidade desse inseto e controlam a sua população enquanto protegem o cão.
Como prevenir a leishmaniose em sua família?
A prevenção da transmissão da leishmaniose em humanos é feita por meio de medidas que evitam as picadas do mosquito-palha e controlam a sua população. Estas medidas incluem:
- Colocação de telas finas em portas e janelas de casa;
- Retirar diariamente fezes dos animais, folhas e frutos em decomposição do quintal da casa, pois as larvas do mosquito-palha se desenvolvem em matéria orgânica decomposta;
- Evitar a exposição ao mosquito principalmente no anoitecer e início da noite, quando os mosquitos saem dos esconderijos para picar e tem sua maior atividade.
- Caso more em propriedade rural, o galinheiro e outros abrigos de animais devem ser mantidos limpos e afastados da casa.
Bibliografia consultada
BRASIL. Ministerio da Saude. Manual de vigilancia e controle da leishmaniose visceral / Ministerio da Saude, Secretaria de Vigilancia em Saude,
Departamento de Vigilancia Epidemiologica. – 1. ed., 5. reimpr. – Brasilia : Ministerio da Saude, 2014.
BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema Nacional de Agravo de notificações (www.datasus.gov.br).
Comunicação Instituto Oswaldo Cruz. Mobilização contra leishmanioses, 08/08/2013
(http://www.fiocruz.br/ioc/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1882&sid=32).
Juliana Maria Caruso Trigo
analista técnica na Ourofino Saúde Animal