28 out 2014
Mosca-dos-chifres
As moscas-dos-chifres são pequenos parasitas que medem até 4 mm e tanto o macho quanto a fêmea afetam os animais. Hospedam-se principalmente em bovinos e bubalinos com preferência por animais de raça europeia e seus cruzamentos, machos e de pelagem escura. Podem parasitar também os equinos, ovinos e até o homem dependendo do nível de infestação das propriedades (LEITE, 2010).
Essas moscas podem ser encontradas ao longo do dorso, laterais, abdômen e membros do seu hospedeiro aos milhares, pois essas regiões ficam fora do alcance do movimento da cabeça e cauda dos animais, que são meios utilizados na tentativa de se livrar dos parasitas (BIANCHIN,2002).
Suas picadas são dolorosas, e ainda se alimentam de 20 a 30 vezes por dia (GARCIA, et al. 2001). Grandes quantidades deste parasita causam intensa irritação e desconforto aos animais, podendo provocar feridas devido a sua nutrição, atraindo assim outras moscas como as causadoras de miíases. (URQUART et al., 1996). Há também o potencial de transmissão de outras doenças.
A infestação dessa mosca gera grande estresse aos animais, que na tentativa de se livrar dos parasitas se debatem, gastando energia, reduzindo assim o tempo de pastejo, consequentemente diminuindo a produção. Há relatos de queda na produção de leite e de carne. Além disso, um dado de grande importância é a redução na porcentagem de prenhez. Bianchin, 2002, relata que animais devidamente tratados tiveram uma taxa de prenhez 15% maior que animais não tratados.
Outro prejuízo causado por esta mosca, é a redução da qualidade do couro dos animais que sofreram altas infestações, pois o grande número de picadas acarreta uma reação na pele do animal que gera espessamento desta, com isso o couro se torna de menor qualidade (BRITO, L.G.; 2005).
Reforçando que este parasita causa grandes perdas econômicas, Grisi, 2014, relata que os prejuízos anuais são de U$$ 2,56 bilhões/ ano.
Este ectoparasita possui ampla distribuição geográfica, foi identificado no Brasil primeiramente em Roraima, entre 1976 e 1977, ficou confinada no Norte do país por volta de 10 anos, devido a barreira natural formada pela Floresta Amazônica. Foi distribuída posteriormente através do transporte de gado realizado sem critério sanitário, a partir disto se dispersou com facilidade (BARROS, 2004). Atualmente encontra-se distribuída por todo o país pois o clima é bastante favorável para seu desenvolvimento e reprodução (LEITE, 2010).
Para um tratamento eficaz, instituições de pesquisa e laboratórios veterinários desenvolveram formulações fosforadas de liberação lenta em brincos impregnados, o que hoje possui os melhores resultados no combate de moscas (LEITE, 2010).
Porém, o tratamento de forma errônea por subdosificação devido a permanência do brinco por mais tempo, pode levar a seleção de parasitos resistentes (LEITE, 2010). Outro fator que pode alterar os resultados é a forma como o brinco é aplicado, pois a perda deste devido à má colocação resulta em tratamento não realizado.
A solução Ourofino para infestações por moscas dos chifres é o uso dos brincos repelente mosquicida Na Mosca®, que possui como princípio o Diazinon a uma concentração de 40%. O tratamento apresenta bons resultados e garantia de proteção por um período prolongado, quatro meses, em consequência da liberação lenta do princípio ativo.
REFERÊNCIAS:
BARROS, A. T. Situação da resistência da Haematobia irritans no Brasil. XIII Congresso Brasileiro de Parasitologia Veterinária & I Simpósio Latino-Americano de Ricketisioses, Ouro Preto, MG, 2004.
BIANCHIN, I.; ALVES, R. G. O. Mosca-dos-chifres, Haematobia irritans: comportamento e danos em vacas e bezerros Nelore antes da desmama. Pesq. Vet. Bras. 22(3):109-113, Jul/Set. 2002.
BRITO, L. G.; et al. Mosca-dos-chifres: aspectos bio-ecológicos, importância econômica, interações parasito-hospedeiro e controle. Comunicado Técnico. 1° ed. Rondônia, Porto Velho- RO, Setembro, 2005. 16 p.
GARCÍA, C. A.; et al. Dinámica poblacional de Haematobia Irritans em um hato de bovinos de Soto la Marina, Tamaulipas, México. Vet. Méx., vol 32 (2) 2001.
GRISI, L.; et al. Reassessment of the potencial economic impacto f cattle parasites in Brasil. Braz. J. Vet. Parasitol., Jaboticabal, v. 23, n. 2, p. 150-156, abr.-jun. 2014.
LEITE, R. C.; et al. Controle de ectoparasitos em bovinocultura de corte. In: Alexandre Vaz Pires. (Org.). Bovinocultura de corte. 1°ed. Piracicaba: FEALQ. V., p. 1171-1187, 2010.
URQUART, G. M. et al. Parasitologia Veterinária. 2°ed. Rio de Janeiro – RJ. Editora Guanabara Koogan, 2006. p. 136, 1996.
Crédito da imagem: Rafael Paranhos
Mariana Taveira Nascimento
Discente Medicina Veterinária, Estagiária Departamento Técnico – Ourofino Saúde Animal
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