29 abr 2019
Mastite compromete a fertilidade das vacas leiteiras
Resumo do artigo
A mastite é a doença de maior incidência nos rebanhos leiteiros e pode afetar a fertilidade das fêmeas. Diante disso, é necessário compreender as soluções que podem minimizar esse problema.
A mastite é a doença de maior importância nos rebanhos leiteiros e ocorre em média em até 40% das fêmeas em lactação. Na maioria das vezes são mensurados apenas prejuízos diretos como a redução da produção de leite, descarte de leite e custo com medicamentos. Entretanto, ainda existem os prejuízos indiretos que são àqueles associados aos efeitos negativos que a mastite é capaz de provocar na fertilidade das fêmeas.
MASTITE X REPRODUÇÃO - Compreendendo o problema
A mastite pode provocar inúmeras alterações no eixo hipotálamo-hipófise-gonadal, comprometendo a fertilidade das fêmeas. Pesquisas sugerem que essa redução da eficiência reprodutiva está relacionada à forma clínica e subclínica da mastite, podendo acometer as vacas de alta e baixa produção.
As vacas que apresentam mastite podem apresentar:
- Comprometimento no desenvolvimento folicular inicial e final.
- Menor taxa de expressão de cio e atraso na ovulação.
- Aumento no número de serviços por concepção.
- Aumento da perda gestacional.
- Aumento do intervalo entre o parto e a concepção.
A SOLUÇÃO
Mastite Subclínica:
Frente às inúmeras alterações reprodutivas acima relatadas, é essencial estabelecer programas reprodutivos e de controle de mastite efetivos. Dessa forma, estudos mostram que a taxa de prenhez de fêmeas com mastite subclínica é maior em vacas que foram inseminadas por protocolos de inseminação artificial em tempo-fixo (IATF) do que as que foram inseminadas por observação de cio.
Mastite Clínica:
Os sinais clínicos que ocorrem durante os quadros de mastite aguda são decorrentes da resposta inflamatória frente à infecção. Diante disso, a inclusão de anti-inflamatórios no tratamento da mastite clínica é indicada para reduzir os sinais clínicos e retornar a capacidade produtiva da glândula mamária mais rapidamente.
Estudos recentes verificaram que a adição de meloxicam (anti-inflamatório não esteroidal, AINE) nos protocolos de tratamento de mastite clínica (casos leves e moderados) pode aumentar a taxa de cura do protocolo de tratamento e a fertilidade das fêmeas.
Dessa forma, trabalhar simultaneamente o manejo reprodutivo e o programa de controle de mastite é importante garantir adequado desempenho produtivo nas propriedades leiteiras.
Bruna Martins Guerreiro e Bruno Gonzalez de Freitas
Especialistas Técnicos em Reprodução Animal
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