03 dez 2018

Leptospirose: enfermidade silenciosa e perigosa

Na pecuária temos diversos desafios com os quais devemos nos preocupar, entre eles a leptospirose deve ter destaque especial, pois se trata de uma zoonose, além disso, não existe distinção de categorias de animais, podendo acometer tanto  jovens como adultos.

Para compreender melhor esta doença devemos nos ater a alguns fatos importantes. O primeiro é o de o agente causador apresentar a peculiaridade da penetração ativa, ou seja, pode infectar pelo contato simples e direto, principalmente através da pele e de mucosas íntegras, e o contágio é facilitado em regiões com água empossada, uma vez que a resistência do agente no ambiente com água é significativa. É sabido que a bactéria necessita da água para sua movimentação e aumento no seu tempo de “vida livre”. Além disso, o agente tem predileção por tecidos considerados de privilégio imunológico, ou seja, tecidos nos quais a imunidade do animal apresenta baixa eficiência de proteção, entre estes estão principalmente os rins e o sistema reprodutivo.

Um animal infectado tem a capacidade de transmissão para os outros através da urina se o agente estiver presente no tecido renal e por consequência aumentar as taxas de infecção e potencializar os prejuízos no rebanho.

A prevalência de animais com sorologia positiva para a enfermidade nos rebanhos é bastante variada, como podemos constatar em vários trabalhos publicados, por diferentes pesquisadores em diversos estados e rebanhos do país.

Autor

Estado

Prevalência

Juliano, R., S., et. al. 2000

PA

97%

Figueiredo et al. (2009)

SP

88,40%

Madruga, et. al. (1980)

GO

81,90%

Favero et al. (2001)

MS

81,10%

Langoni et al. (2000)

BA

77,93%

Martins (2005)

MT

74,50%

Oliveira et al. (2001)

SP

71,30%

Aguiar et al. (2006)

BR

62,30%

Castro et al. (2008)

RO

52,80%

Oliveira et al. (2009)

PE

47,63%

Homem et al. (2001)

SP

45,56%

 

Como podemos notar nos dados acima mencionados, a presença do agente nos rebanhos é evidente e significativa, sendo que os prejuízos decorrentes estão ligados a falhas reprodutivas, complicações renais e outros fatores, portanto a identificação do problema se faz necessária em qualquer que seja o sistema e tipo de atividade pecuária.

No quesito tratamento, necessitamos lembrar que a localização preferencial no agente é no sistema renal, portanto, necessitamos de moléculas que tenham biodisponibilidade alta em tal órgão, para tanto o uso de antibióticos que atinjam concentração eficiente é obrigatória. Para atingirmos tal objetivo, a solução indicada é o Estreptomax. A dosagem do produto (1,5ml/20kg) deve ser feita em dose única porém em diversos pontos, não ultrapassando o volume de 15 ml por ponto de aplicação, dependendo do peso do animal tratado.

 

Marcelo Arne Feckinghaus

Especialista técnico em saúde animal na Ourofino

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