Artigos - E agora? A fazenda pesteou com carrapatos!!

16 nov 2021

E agora? A fazenda pesteou com carrapatos!!

As pastagens acumulam milhões de larvas de carrapatos durante o ano todo, mas é no verão que as infestações serão maiores.

Na maior parte do território brasileiro, o carrapato dos bovinos, Rhipicephalus microplus, encontra condições favoráveis para se reproduzir e infestar os animais. Como se diz aí pelo campo, as pastagens e os animais podem ficar “pesteados”. Uma fazenda com altas infestações (pesteada) sinaliza que houve falha no controle do parasita durante o período seco, e algumas populações de carrapatos se mantiveram nos animais e no ambiente. Com a chegada das chuvas e do “calor”, este parasita encontra as condições mais favoráveis para se reproduzir e infestar os animais.

Para agravar a situação, há sempre nos rebanhos a presença de animais de sangue doce, na proporção de 15 a 20% do lote, mas o grande problema é que eles são capazes de abrigar 70 a 80% dos carrapatos de todo rebanho. Essa desproporcionalidade acaba prejudicando o controle. Na fazenda, geralmente o responsável espera para que a infestação de carrapatos atinja todos os animais, justificando o combate em todos os animais, somente nessa hora, um grande erro. Tecnicamente, o correto é manter os animais de sangue doce sob o efeito de tratamentos, garante menores infestações no restante do rebanho. O controle de carrapatos durante o período seco é essencial, pois os dias quentes, noites frias e baixa umidade do ar fragilizam o ciclo dos carrapatos. O controle nestas condições traz bons resultado. Os grandes entraves no controle são:

  • Usar apenas endectocidas no controle
  • Não adotar um protocolo adequado conforme o desafio na fazenda
  • Não tratar os animais de sangue doce permitindo a manutenção da infestação dos outros animais
  • Subdosagem de produtos
  • Usar apenas produtos sistêmicos nas altas infestações
  • Usar apenas carrapaticidas de contato nas altas infestações
  • Não adotar alternância de bases no controle. A exaustão de bases químicas no controle traz um grande risco de aumento da população resiste a base eleita, infestando o ambiente e os animais, tornado o processo antiético, causando transtornos aos animais e reduzindo a produtividade e lucratividade da fazenda;
  • Ignorar as infestações ambientais como um fator sentinela. A maior parte dos carrapatos da fazenda estão no ambiente.


Alta infestação por larvas de carrapatos no ambiente (pontas do capim)
Foto: Lopes Miranda e Mello, 2021.

Após alguns anos de pesquisa, em 2021 foi publicado na revista científica internacional “Ticks and Tick-borne Diseases” o artigo “Evaluation of different strategic control protocols for Rhipicephalus microplus on cattle according to tick burden”, nesse artigo ficou provado que há diferentes formas de controle de carrapatos através de protocolos apropriados conforme o grau de infestação dos animais. De modo simples e direto podemos classificar em três graus de infestação de carrapatos nos animais e partir da classificação adotar o protocolo adequado:

   


Alta infestação por carrapatos antes do tratamento
no D0 com Master LP + Colosso FC30.
Foto: Lopes Miranda, 2021.


Animal limpo sete dias depois do tratamento com Master LP e Colosso FC30
Segundo tratamento no D7: Fluatac DUO para
manutenção sistêmica de carrapaticida.
Foto: Lopes Miranda, 2021.

 

 

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