04 jun 2020

Dicas para um protocolo de entrada eficaz no confinamento

O confinamento é uma importante estratégia dentro da pecuária que vêm se consolidando como uma atividade lucrativa. Segundo o CEPEA/ESALQ, em 2019 o número de animais confinados foi 2% maior que em 2018, chegando a 5,26 milhões de cabeças bovinas.

Na maior parte do país, o primeiro ciclo anual do confinamento começa no período de seca como uma estratégia para intensificar a produção animal na entressafra, quando a arroba tende a ser mais valorizada, além de diminuir a pressão nos pastos da propriedade e dar espaço para categorias mais jovens e leves, reiniciando o ciclo da pecuária.

Em uma atividade intensiva onde se busca o maior lucro no menor período de tempo não sobra margem para desperdícios e riscos desnecessários. Uma falha dentro do processo pode expor o pecuarista ao risco da ruína. Sendo assim, a sanidade no confinamento possui papel fundamental para diminuir as perdas e a mortalidades causadas por parasitas e doenças, principalmente clostridioses, pneumonias e doenças de casco.

Protocolo de entrada

O manejo do bovino na chegada ao confinamento possui objetivo de padronizar a sanidade dos animais e deve ser personalizado de acordo com o desafio encontrado em cada propriedade. Fazendas que confinam animais próprios ou que possuam origem conhecida e fazendas que compram animais de origem desconhecida devem utilizar protocolos diferentes. De mesmo modo, a distância percorrida pelos animais desde a sua origem até sua chegada também deve ser levada em consideração para a decisão do protocolo de entrada.

A recepção dos animais é o primeiro ponto que merece atenção. Na chegada dos animais na fazenda, alguns fatores influenciam no nível de estresse, como:

  • Tempo dos animais no caminhão
  • Distância entre a fazenda de origem e o destino
  • Ambiente novo
  • Novos indivíduos e hierarquia

Em muitas propriedades os animais são processados logo quando desembarcam do caminhão, quando seus níveis de estresse e, consequentemente, de cortisol estão altos. Isto gera um quadro de imunossupressão podendo comprometer a eficácia do protocolo.

O ideal é que estes animais ao desembarcarem sejam conduzidos para descansar em baias ou piquetes de recepção onde terão água limpa, alimento e um local confortável para deitar. Este período de descanso deve variar de 3 a 5 dias quando os animais estarão hidratados e descansados, promovendo uma melhor resposta vacinal.

Um bom protocolo de entrada deve abranger um controle eficaz de verminoses, prevenção contra clostridioses, controle de ectoparasitas e tratamento de animais que já apresentem alguma doença.

O controle de parasitas é elementar porque, mesmo sendo difícil o óbito, as parasitoses são responsáveis por diminuir o ganho de peso, muitas vezes de forma silenciosa. Por isso, indicamos o Evol, endectocida de ação rápida e com o maior espectro de ação do mercado. O Evol age contra nematódeos, cestódeos e trematódeos, além de ser auxiliar no controle de ectoparasitas.

Nos casos que ocorra infestações por ectoparasitas como bernes e carrapatos, incluímos no protocolo de entrada o Colosso Pour On para limpar rapidamente estes animais.

As clostridioses são enfermidades causadas pelas toxinas das bactérias do gênero Clostridium e as principais que acometem os animais confinados são a manqueira, botulismo, enterotoxemias e hemoglobinúria bacilar (principalmente no sul do país). As clostridioses geralmente ocorrem em surtos, trazendo grandes prejuízos ao produtor. O tratamento para clostridioses é difícil, portanto devemos focar na prevenção destas doenças com uma vacina polivalente e segura que irá proteger os animais contra as principais clostridioses como a Ourovac Poli BT e Ourovac 10TH. Em animais de origem desconhecida ou que não foram previamente vacinados deverão receber uma dose de reforço 30 dias após a primeira dose.

Protocolo para animais de origem conhecida

Protocolo para animais de origem desconhecida

No geral, o custo com a sanidade dos animais dentro do confinamento é de cerca de 1% do custo da operação total, um valor praticamente irrisório se comparado com o prejuízo que um manejo sanitário mal estabelecido pode causar.

Aliar um protocolo de entrada com produtos de qualidade a um manejo adequado dos animais é a porta de entrada para um confinamento com mais saúde para os animais e maior lucratividade para o produtor.

Lucas Marques

analista técnico da Ourofino Saúde Animal

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