Artigos - Complexo Respiratório Suíno (CRS)

06 jul 2015

Complexo Respiratório Suíno (CRS)

Segundo relatório da Food and Agriculture Organization (FAO), o Brasil é o terceiro país com o maior potencial de crescimento na produção de carnes nos próximos anos, sendo atualmente o 4° maior produtor de carne suína do mundo, representado por 3,2 % da produção Mundial. Para atender essa crescente demanda, se faz necessário combater as enfermidades que comprometem o desempenho na produção. Os desafios respiratórios se destacam como uma das principais causas de perdas econômicas relacionadas à sanidade dentro de uma unidade de produção de suínos. Estas perdas são representadas por morte, a necessidade de eutanásia de animais doentes, a redução na taxa de crescimento, aumento da conversão alimentar (CA), aumento do custo de produção por necessidade de um maior uso de medicamentos, além de possíveis condenações de carcaças nos frigoríficos (Martínez et al., 2007).

Antigamente os agentes eram em menor quantidade e variedade, e era possível muitas vezes diagnosticar a doença por avaliações macroscópicas. Atualmente, em decorrência dos diversos agentes envolvidos e encontrados nos desafios respiratórios, é muito arriscado assegurar um diagnóstico por avaliação visual. Em função da possibilidade deste maior número de agentes envolvidos, passou-se a denominar de Complexo respiratório suíno (CRS). A etiologia do CRS é diversa, pois, há a interação de dois ou mais agentes infecciosos, podendo estes ser bacterianos e/ou virais, e acometer com maior frequência animais nas fases de crescimento e terminação, as chamadas de infecções mistas (Thaker, 2001; Hansen et al., 2010). Além do envolvimento de fatores de risco relacionados ao manejo e ambiente onde os animais são criados.

Dos agentes virais existentes no Brasil podem ser destacados o Circovirus Suíno (PCV2), e o Vírus da Influenza Suína (SIV). Nos últimos anos o SIV passou a ter uma grande importância nas produções de suínos pelo fato de contribuir diretamente ou indiretamente com o estabelecimento e agravamento de doenças respiratórias secundárias. Os agentes de origem bacteriana mais comuns nos planteis brasileiros são, o Mycoplasma hyopneumoniae (Mh), Pasteurella multocida, Streptococcus suis, Actinobacillus suis, Actinobacillus pleuropneumoniae, Haemophilus parasuis, Bordetella bronchiseptica e Salmonella Choleraesuis.

De uma maneira geral os agentes podem ser divididos em primários, onde por si só são capazes de causar lesões respiratórias severas nos animais, e secundários ou oportunistas. Esta última categoria necessita de outros agentes infecciosos ou cofatores para induzirem lesões respiratórias significativas. Os agentes primários mais importantes nos surtos de problemas respiratórios no Sul do Brasil no ano de 2010 foram o Mycoplasma hyopneumoniae e o vírus da Influenza. Entre os agentes oportunistas destacam-se a Pasteurella multocida, o Streptococcus suis e o Haemophilus parasuis (Thaker, 2001; Hansen et al., 2010). Além da diversidade de agentes patogênicos, algumas particularidades anatômicas dos pulmões dos suínos também os predispõe a uma maior ocorrência de pneumonias, como o espessamento de pleura visceral e poucos bronquíolos respiratórios, o que dificulta a ventilação colateral comparado com outras espécies. Estas particularidades associadas ao sistema intensivo de criação onde grande parte dos animais são alojados em grandes grupos em espaços relativamente pequenos, favorecem à infecção, manutenção e disseminação dos agentes infecciosos entre os lotes,

Os sinais clínicos dos animais acometidos são diversos podendo apresentar desde tosse, dispneia, respiração abdominal (batedeira), febre alta, redução no consumo de ração, refugagem, desuniformidade dos lotes, cianose de extremidades e até morte súbita dependendo do agente envolvido.

As lesões macroscópicas e microscópicas variam de acordo com os diferentes agentes infecciosos envolvidos e com a evolução dos quadros. As lesões mais observadas são áreas de consolidação pulmonar de coloração rosada a vermelha ou acinzentada, de acordo com o momento de exposição ao agente, estando localizadas, na maioria das vezes, na região cranioventral (Figura 1). Aspectos associados ao não colabamento do tecido pulmonar, o denominado “pulmão armado” e à presença de áreas de consolidação mais difusas também são encontradas, e são, possivelmente, decorrentes de infecções virais. A Broncopneumonia é a lesão microscópica mais frequente e muitas vezes aparecem acompanhadas por pneumonia intersticial (Mores et al, 2011).

Nos últimos anos observou-se um aumento significativo na ocorrência de problemas respiratórios em suínos no Brasil, e concomitantemente a isso, uma maior dificuldade em identifica-las e/ou controlá-las, Este fato se contrasta com a evolução nas tecnologias de produção de vacinas, na modernização das instalações, e com a execução de maiores cuidados em biosseguridade. Apesar de todos esses avanços, a utilização de sistemas contínuos de produção e as misturas de animais de diferentes origens são os fatores de risco mais importantes para a ocorrência de surtos do CRS.

Sabendo do grande prejuízo econômico ocasionado pelas doenças respiratórias, a Ourofino dispõe do Lactofur (Figura 3), um potente antimicrobiano pertencente ao grupo das cefalosporinas de 3º geração, à base de ceftiofur de longa ação e alta concentração, de uso injetável. É indicado e com excelente ação para o tratamento de doenças respiratórias infecciosas bacterianas em suínos causadas por agentes Gram positivos e Gram negativos sensíveis ao ceftiofur, primários e/ou secundários. O Lactofur deve ser administrado em dose única, intramuscular na dosagem de 1 ml a cada 20 kg de peso vivo, sendo atualmente o único antimicrobiano do mercado longa ação (5 dias de proteção) e carência zero. Em função disso pode ser utilizado com total segurança dias antes do abate, favorecendo dessa forma, um tratamento eficaz, sem comprometer a qualidade da carcaça, e não permitindo que o animal reduza o desempenho por pneumonias na fase final de terminação, comprometendo assim, a conversão alimentar e o ganho econômico do produtor.


Figura 3. Solução Ourofino para desafios respiratórios Lactofur.

Referências: 
Sobestiansky, J.; Barcelos, D. Doenças dos Suínos - 3º cap. Pag.164,177-181. 

Lopes, M. ABCS (Associação Brasileira dos Criadores de Suínos)– Panorama Setorial da Suinocultura. Pag.06.
 
Mores, M.A.Z. Complexo Respiratório dos Suínos no Sul do Brasil. Acessado em 04 junho de 2015 Disponível em:http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/67975/1/Avesui-Marcos-Mores-complexo-respiratorio-dos-suinos.pdf
 
Sobestiansky, J., et al. Estudos ecopatológicos das doenças respiratórias dos suínos: prevalência e impacto econômico em sistemas de produção dos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. Acessado em 05 de junho de 2015. Disponível em: http://www.cnpsa.embrapa.br

Élia Fernanda M. de Campos

Médica veterinária vendedora técnica Aves & Suínos – Regional Sul - Ourofino Saúde Animal

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