08 jan 2019

Como melhorar a prenhez de vacas de leite no verão?

O incremento produtivo de vacas leiteiras resulta no aumento do desafio reprodutivo, devendo ser redobrados os cuidados com sanidade, nutrição, manejo e ambiência. Em propriedades com fêmeas de leite, geralmente ocorre uma queda nos índices reprodutivos durante o verão – fruto do aumento da temperatura e umidade na maior parte do território brasileiro, o que pode levar a um maior estresse térmico e consequente redução do conforto das vacas (Figura 1).

Figura 1: impacto do aumento da temperatura e umidade (“Heat index”) sobre a taxa de prenhez de vacas leiteiras criadas a pasto [Fazenda Flor da Serra (dados não publicados) – 2017]

 

Na tentativa de minimizar essa variação nos resultados de concepção e prenhez, diversos estudos foram realizados para se entender quais são os fatores fisiológicos inerentes às vacas leiteiras que poderiam reduzir a eficiência reprodutiva. Em uma tese de doutorado, Monteiro Jr. (ESALQ/USP - 2015) demonstrou que a resposta ao protocolo de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) é reduzida nas vacas consideradas em desafio (alta produção leiteira), sendo que nas fêmeas que não respondem corretamente à sincronização, a concepção cai de 56% para apenas 12% (Figura 2):

Figura 2: porcentagem de fêmeas de leite em desafio que respondem ou não ao protocolo de IATF (colunas da esquerda) e taxa de concepção das mesmas (colunas da direita).

 

Dessa maneira, alguns ajustes são necessários no protocolo de IATF, com o objetivo de aumentar a resposta à sincronização e consequente taxa de concepção. O primeiro ponto de ataque seria o Dia 0 do protocolo – como essas fêmeas em desafio geralmente possuem um folículo dominante no dia do implante, uma dose de Sincroforte (Buserelina – análogo do GnRH) pode ser utilizada para forçar a ovulação e melhorar a resposta a esse primeiro manejo. Ainda, duas doses de Sincrocio (Cloprostenol Sódico – prostaglandina) podem ser interessantes para melhorar as chances de diminuir a progesterona circulante no momento da inseminação artificial.

Além disso, estudos demonstram que a aplicação do Sincrogest Injetável (Progesterona injetável) 3-4 dias após a IATF pode incrementar a taxa de prenhez de vacas de leite em desafio. Esse progresso nos índices está relacionado à melhoria do ambiente uterino das fêmeas, resultando em uma maior manutenção da gestação precoce (Figura 3):

Figura 3: taxa de prenhez de vacas de leite de alta produção submetidas a dois tratamentos distintos (sem P4 = controle negativo; com P4 = aplicação de 6mL de Sincrogest Injetável, nas diferentes estações do ano (época fria e época quente). (Souza, E.D. – dissertação de mestrado FMVZ/USP, 2015)

 

Todas essas alterações no protocolo de IATF, aliadas à atenção com a sanidade, nutrição e ambiência, podem fazer com que a eficiência reprodutiva seja aumentada nas vacas em desafio, principalmente nos meses mais quentes e úmidos do ano – resultando diretamente em incremento da produtividade e retorno financeiro da atividade leiteira. Portanto, vale à pena investir no manejo reprodutivo e utilizar o protocolo exclusivo da Ourofino, desenhado especialmente para fêmeas de leite em desafio (Figura 4).

Figura 4: protocolo exclusivo Ourofino para fêmeas de leite em desafio.

 

Bruno Gonzalez de Freitas e Bruna Martins Guerreiro

Especialistas técnicos em saúde animal na Ourofino Saúde Animal

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