10 mai 2019

Coccidiose suína: o que devemos saber para prevenir?

Resumo do artigo

Para prevenirmos a coccidiose, que está amplamente difundida na suinocultura brasileira, devemos saber um pouco mais sobre o causador dessa doença bem como seu ciclo de vida, sintomas e meios de controle.

Quando o assunto é coccidiose logo pensamos em leitões de maternidade com diarreia, mortalidade e refugagem. Portanto, para prevenirmos essa doença que está amplamente difundida na suinocultura brasileira, devemos saber um pouco mais sobre o causador bem como seu ciclo de vida, sintomas e meios de controle.

A isosporose, também conhecida como coccidiose, é uma doença entérica de leitões causada pelo protozoário intracelular Cystoisospora suis. A doença clínica caracteriza-se por diarreia persistente que afeta leitões principalmente, entre 5-15 dias de idade.

A importância econômica da isosporose se deve não só à morte de leitões, mas principalmente aos impactos negativos sobre o desenvolvimento, com o surgimento de refugos e aos gastos com medicamentos para seu controle. A imunodepressão causada por esta doença abre portas para outros agentes, agravando ainda mais o quadro clínico.

A infecção por Cystoisospora suis pode ocorrer durante os primeiros dias após o nascimento, quando ocorre a ingestão de oocistos esporulados e infectantes. Esses oocistos podem estar presentes no ambiente do leitão que são principalmente, o piso da instalação ou a glândula mamária da mãe. Os leitões mais velhos e animais adultos atuam como portadores e disseminadores dos oocistos no ambiente, porém, a principal fonte de contaminação para os leitões são oocistos vindos de infecções de leitegadas anteriores que contaminaram a baia e que permaneceram nas instalações da maternidade, principalmente no piso e nas paredes, em virtude de deficiências quanto ao manejo de limpeza e desinfecção.

O Cystoisospora suis apresenta estágios de desenvolvimento tanto no hospedeiro quanto no ambiente. No hospedeiro, o órgão mais afetado é o intestino delgado, especificamente os enterócitos. Os estágios de desenvolvimento produzem um ovo microscópico, denominado oocisto que é eliminado nas fezes e sob condições adequadas de temperatura, umidade e oxigênio se desenvolvem e dentro de aproximadamente três dias se tornam esporulados, os quais são responsáveis por acometer outros animais. No estágio de desenvolvimento endógeno, o qual é caracterizado pela rápida multiplicação do parasito, o esporozoíto é capaz de adentrar as células do intestino do hospedeiro, dividindo-se várias vezes, produzindo vários descendentes denominados merontes que também destroem os enterócitos, prejudicando a absorção.

O período pré-patente está em torno de 3-5 dias e o período de esporulação depende de fatores ambientais como umidade, temperatura e oxigênio adequados, em média tem duração de 12h em temperatura entre 30 e 35º C.

A mucosa intestinal se regenera relativamente rápido, quando a infecção é controlada, entretanto os animais apresentam ganho de peso inferior aos animais não afetados. As células epiteliais tornam-se planas devido à descamação após a infecção com Cystoisospora suis.

O tratamento de leitões que estejam apresentando sinais clínicos não é muito eficiente, pois nesses casos o ciclo de vida do parasita está avançado e as lesões na mucosa intestinal já ocorreram. O que se preconiza é o tratamento preventivo, ou seja, a profilaxia no segundo ou terceiro dia de vida por via oral com drogas coccidicidas. O Toltrazuril é um coccidicida de excelente ação e amplamente utilizado nas criações comerciais de suínos, o qual atua interrompendo completamente o ciclo dos coccídeos inibindo enzimas da cadeia respiratória, impedindo a divisão nuclear de todas as formas endógenas, eliminando os estágios de reprodução sexuada ou assexuada, reduzindo também a quantidade de oocistos no ambiente.

Além da utilização do Toltrazuril, é importante ressaltar que um controle do microclima das instalações, temperatura e umidade, são pontos chave para controle da isosporose. A transmissão via fômites (calçados, vassouras, pás, dentre outros) deve ser considerada, evitando-se que oocistos provenientes de leitegadas com mais dias de vida não sejam introduzidos em leitegadas de recém-nascidos. Para evitar este tipo de disseminação, recomenda-se a utilização de vassouras e pás independentes em cada sala de maternidade, botas e utensílios em geral devidamente limpos, além de pedilúvio com solução desinfetante em cada sala de maternidade.

Como uma solução frente ao desafio da Coccidiose, a Ourofino Saúde Animal possui o Isocox, um produto à base de toltrazuril a 5% que deve ser administrado 1 mL a partir do 3º dia de vida do leitão e com uma possível dose de reforço entre o 7º dia de vida (Figura 1).

Familia Isocox Pig Doser

Figura 1. Isocox (toltrazuril à 5%)

Gisele Ravagnani

Analista Técnica Aves & Suínos

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Comentários

Adriano Rodrigues de Matos ribeiro

Terça-feira, 24 de Agosto de 2021

Tô precisando tô com leitegada com diarréia preciso de ajudo . meus leitões naisse e com 5 dias com essa da diarréia tô perdendo 50 por centro da produção

Ourofino Saúde Animal

Quarta-feira, 25 de Agosto de 2021

Oi Adriano.

Obrigada pelo seu contato.

Nesse caso o tratamento é feito com o Isocox.

Para tratamento, utilizar a dose de 1 mL de Isocox® para cada 2,5 kg de peso dos animais. Em casos de propriedades com alto desafio, a dosagem pode ser repetida após 5 dias ou a critério do médico-veterinário.

Uma dica é fazer o uso também de forma preventiva, Isocox® deve ser administrado a toda leitegada a partir do terceiro dia de vida como profilaxia da coccidiose na seguinte dosagem: 1 mL de Isocox®para cada leitão


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