16 mai 2011

Uso de prostaglandina (PGF2α) no tratamento de endometrite puerperal de vacas de leite

As alterações metabólicas e endócrinas ocorridas no pós-parto de vacas de leite são destacadas como fatores de risco para doenças uterinas. Nessa fase, o balanço energético negativo, alterações drásticas nos níveis de esteróides (P4 e E2) e elevação dos níveis de cortisol durante o parto geram um comprometimento do status imunológico da vaca. O déficit do sistema imune junto à hipocalcemia favorece a ocorrência de retenção das membranas fetais, com o conseguinte desenvolvimento de processos inflamatórios como endometrite e metrite. Até 2 semanas do pós-parto, aproximadamente 80-100% dos animais apresentam contaminação bacteriana no ambiente uterino principalmente por Arcanobacterium pyogenes e Escherichia coli (Sheldon et al., 2004). Neste texto será discutido o uso da PGF2α no tratamento de endometrites no pós-parto de vacas de leite. Endometrite é definida por LeBlanc (2008) como uma inflamação uterina, com comprometimento sistêmico, caracterizado por descarga vaginal mucopurulenta ou purulenta, associada à infecção bacteriana uterina, ocorrendo até 3 semanas pós-parto. Histologicamente há a disfunção do epitélio endometrial, com migração e acúmulo de células inflamatórias, congestão vascular e edema. O diagnóstico é dado comumente pelo exame clínico geral, observação da descarga uterina e do diâmetro cervical, via palpação retal. Um método sensível de diagnóstico é a vaginoscopia, predizendo cerca de 59-82% dos casos de endometrites associadas à A. pyogenes (LeBlanc, 2008). Vacas com parto distócico, gestação gemelar e retenção de placenta apresentam-se mais frequentemente com endometrite. Os distúrbios uterinos ocorridos no pós-parto geram prejuízos na produção de leite, como também comprometimento dos índices reprodutivos. Muitos são os tratamentos recomendados para endometrite, envolvendo administração sistêmica e/ou local de antibióticos, associados ou não ao uso parenteral de PGF2α. Basicamente, o princípio geral do tratamento é a remoção de bactérias patogênicas no útero, bem como favorecer os mecanismos de defesa e reverter os processos inflamatórios que comprometem a fertilidade. Deve-se deixar bem claro que a importância do tratamento é permitir que as vacas recuperem sua capacidade reprodutiva, a fim de estarem aptas a uma nova gestação no menor período possível. A PGF2α apresenta melhores resultados em vacas cíclicas, ou seja, presença de corpo lúteo palpável. Devido à sua ação luteolítica, reduz os níveis plasmáticos de progesterona, aumentando os níveis de estrógeno e contrações miometriais. Dessa maneira, recomenda-se a associação entre antibioticoterapia sistêmica e/ou local e PGF2α, sendo este usado como tratamento suporte. Entretanto, ainda torna-se necessário mais esclarecimentos sobre o assunto. Medidas estratégicas de manejo preventivas podem ser tomadas através da adoção de suporte nutricional no período de transição a fim de capacitar a função imunológica dos animais, minimizando os impactos das alterações metabólicas do pós-parto. Recomenda-se a administração de selênio (5mg/dia) e vitamina E (1000-2000UI/vaca/dia), segundo LeBlanc (2008). Assim, para casos de afecções uterinas indicadas pela Ourofino são: Por Tatiany Fernandes e Silva - Estagiária do Departamento Técnico/Reprodução Animal Referências Bibliográficas: LeBlanc SJ. Postpartum uterine disease and dairy herd reproductive performance: A review. The Veterinary Journal, v. 176, p.102-114, 2008. Sheldon IM, Rycroft AN, Zhou C. Association between postpartum pyrexia and uterine bacterial infection in dairy cattle. Vet Rec, v.154, p.289-93, 2004. Benmrad M, Stevenson JS. Gonadotropin-releasing hormone and prostaglandin F2 alpha for postpartum dairy cows: estrous, ovulation, and fertility traits. J Dairy Sci, v.69, p.800-11, 1986.

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