Artigos - Biosseguridade

25 ago 2014

Biosseguridade

Nas últimas décadas houve o crescimento e a modernização mundial da indústria avícola e suinícola, devido principalmente ao aumento da população e a maior demanda de alimentos do mercado. Essa expansão refletiu na intensificação da produção, que passou a utilizar alta densidade de alojamento e ciclos mais curtos, o que gerou a necessidade de uma maior atenção á saúde dos plantéis.

O controle das enfermidades é feito por meio do uso correto de medidas sanitárias e programas de imunoprofilaxia, que tem por objetivo prevenir a instalação de doenças, protegendo os animais e a saúde pública. Sendo assim, a biosseguridade se tornou uma tecnologia absolutamente primordial e essencial para a sobrevivência das explorações tecnificadas.

O termo biosseguridade é por definição, um conjunto de procedimentos técnicos. No qual o objetivo, é de forma direta e indireta prevenir, diminuir ou mesmo controlar os desafios gerados na produção de animais, frente aos agentes patogênicos. As medidas adotadas devem estar completamente integradas entre si, e com seus executores, de modo a funcionar perfeitamente em conjunto.

Frequentemente o termo biossegurança é utilizado em substituição à biosseguridade, o que é errado, pois são conceitos diferentes. A biosseguridade é a prática de medidas, que visam minimizar riscos de enfermidades ou presença de resíduos em populações animais. Estes procedimentos devem ser constantemente monitorados e se houver a necessidade, podem ser alterados de acordo com os objetivos econômicos e produtivos do sistema. Já a biossegurança, são normas e procedimentos relacionados com a saúde humana, as quais são normalmente inflexíveis, a não ser para se tornarem mais restritivas ainda. A compreensão de conceitos garante que ambos sejam aplicados corretamente e possam cumprir seus papéis, viabilizando a avicultura e suinocultura rentável e de alta qualidade, protegendo também a saúde humana.

Para elaborar e implantar um programa de biosseguridade é preciso realizar uma análise e definição dos riscos e desafios (presença de agentes etiológicos e/ou ocorrência de sintomatologia e doença clínica), ao qual o sistema de produção está sujeito.

Devido a ocorrência de surtos, podemos citar na avicultura alguns dos principais patógenos, como a Influenza Aviária, Clostridium sp, Salmonella sp e Micoplasma gallisepticum (as últimas duas são doenças bacterianas oficialmente listadas no Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA), que são consideradas de difícil controle e prevenção). Na suinocultura a atenção se direciona a Brachyspira spp (bactéria que habita o intestino grosso), Influenza, e a mais emergencial, a PEDv (Diarreia Epidêmica dos Suínos). Devido ao rápido avanço do vírus pelo mundo, o PEDv foi descoberto em maio de 2013 nos Estados Unidos, causando enormes prejuízos econômicos (estima-se que já matou mais de cinco milhões de suínos no país, cerca de 60% do rebanho reprodutor dos EUA já foi afetado). O fato preocupante, é que o patógeno foi diagnosticado no Canadá, México, República Dominicana, Guatemala e, agora, está na América do Sul. Colômbia, Peru, e Equador registraram em 2014 casos da doença, o que deixa o Brasil em alerta para a entrada do vírus no país. O fortalecimento das medidas de biossegurança no sistema de produção (granja, transporte, pessoas, suprimentos) é hoje a principal forma de prevenção.

Entre os componentes de um programa de biosseguridade deve-se ressaltar a ideal localização da granja. A posição geográfica dos galpões deve ser cuidadosamente analisada, estar em local tranquilo e distante de outras criações (para evitar a propagação de patógenos). É necessário o conhecimento da direção predominante dos ventos, ser protegida por barreiras naturais e físicas que diminuem o risco de contaminação entre as unidades e o estresse para os animais. Considerando os graus de contaminação, devem ser delimitadas as seguintes áreas: área limpa abrange corredores de acesso aos núcleos, por meio dos quais são feitos transportes de ração, animais e equipamentos e área suja, que compreende a região externa da granja e acesso de saída dos núcleos.

As visitas precisam ser restringidas e monitoradas, todas as pessoas, veículos, máquinas e equipamentos que entram na granja, devem passar pela área de apoio central e seguir todos os procedimentos de desinfecção. Os uniformes e as roupas de trabalho devem seguir um código de cores, para auxiliar no controle do tráfego de funcionários entre granjas ou galpões de animais, de diferentes faixas etárias. Deve-se fazer o vazio sanitário, período em que a instalação permanece vazia após ser realizada a limpeza seguida de desinfecção, componente indispensável para se alcançar eficiência e lucratividade. Em criação de suínos, antes da introdução de um novo animal no rebanho, é essencial que se cumpra o período de quarentena.

Uma das principais fontes de transmissão de doenças nas granjas são os roedores, pássaros, moscas, mamíferos silvestres e domésticos e animais de estimação, por isso, todos devem ser controlados e mantidos o mais distante possível das instalações. A qualidade da água e ração é de grande importância também, assim como o descarte de resíduos da produção e animais mortos.

Adotar medidas de biosseguridade sem dúvida é a melhor estratégia para diminuir a presença de agentes causadores de doenças, prevenir sempre foi e será mais viável do que qualquer tipo de prejuízo causado por enfermidades. Além disso, será cada vez mais, a garantia da qualidade de nossos produtos, tanto para o cada vez mais exigente consumidor interno quanto, principalmente, para a exportação. O que motiva a indústria a reavaliar seus conceitos e o grau de importância aplicada a essa ferramenta. Portanto, a biosseguridade é um ícone indispensável, que exige conscientização e o comprometimento de todos, garantido  não só a qualidade sanitária do plantel como também a rentabilidade do setor produtivo.

Com a finalidade de contribuir com a biosseguridade a Ourofino desenvolveu produtos para limpeza e desinfecção de ambientes, equipamentos, instalações e rodolúvio. Glutaquat® é recomendado para a desinfecção de galpões de aves e suínos na diluição de 1:1000 a 1:1500 litros de água para pulverização de todo o local, molhando bem a superfície a ser desinfetada. No caso de rodolúvio utilizar na diluição de 1:2000 litros de água para pulverização de carros e caminhões. O CB-30 TA é um desinfetante e desengordurante de alto rendimento, que tem atividade em superfície, com ação germicida, usado corretamente nas diluições 1:3.000 (10 ml em 30 litros), é eficaz contra bactérias, fungos e esporos. E para o controle do cascudinho aviário é indicado o Colosso Pulverização, que além da ação inseticida age desalojando os besouros das frestas/forro. A diluição é de 1 litro de produto para cada 400 litros de água. Deve-se pulverizar toda a granja com uma bomba de alta pressão com bico em leque, tanto dentro do galpão quanto na parte externa, deixar o galpão com a cortina fechada durante 48 horas após aplicação do produto, realizar o manejo de limpeza e desinfecção e aí então alojar os pintainhos.

Lembre-se é muito importante seguir as orientações de bula e consultar o médico veterinário.

Juliana Guerra Pinheiro

Discente de Medicina Veterinária

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