28 mar 2019

Controle de verminoses

Os vermes são os principais parasitas dos animais de produção e causam o maior prejuízo para o setor produtivo. Estima-se que os prejuízos causados pelos parasitas em geral são da ordem de 13,96 bilhões de dólares, enquanto os vermes são responsáveis por mais de 50% dessa cifra, 7,11 bilhões de dólares (Grisi et al., 2014). Como parasitam internamente os animais, os vermes ficam longe de nossa visão e, por isso, muitas vezes seus prejuízos são subestimados.

Dificilmente uma verminose leva o animal a óbito e o maior prejuízo para a pecuária é, aos poucos, reduzir os lucros da atividade. Os sinais clínicos das parasitoses são muito inespecíficos, variando de perda de peso, baixo desempenho, diminuição de índices reprodutivos, abdômen distendido, edema submandibular, diarreia e mucosas pálidas.

Vermes que prejudicam os bovinos

Os vermes parasitam principalmente os órgãos do sistema digestório dos animais como o abomaso, rúmen e intestinos grosso e delgado. Os principais parasitas internos, locais parasitados e períodos pré-patente estão representados na tabela abaixo. O período pré-patente corresponde ao tempo entre os parasitas serem ingeridos pelo animal e o aparecimento dos ovos nas fezes.

A dinâmica populacional do helminto varia de acordo com a época do ano. Via de regra, um ambiente propício para a criação de animais também é um ambiente propício para a população de parasitas (Heckler et al., 2016).

Nos períodos de seca, os helmintos se encontram nos animais, uma vez que o ambiente se torna desafiador demais. Já no período das águas, onde a umidade e a temperatura no ambiente se tornam satisfatórias, pode-se encontrar maior quantidade de helmintos nas pastagens. Este dado é fundamental para elaborarmos um controle estratégico efetivo e com o menor custo possível.

O método de eleição para o diagnóstico de verminoses é o teste de OPG (ovos por grama), descrito por Gordon e Whitlock em 1939. Neste teste, identificamos a presença de ovos de vermes ou oocistos de Eimeria spp nas fezes dos animais e conseguimos ter uma estimativa do grau de infestação (moderada – entre 200 e 700 e alta>700). A tabela abaixo é utilizada como base para interpretação dos resultados obtidos, permitindo classificar a infestação por vermes em leve, moderada ou pesada. 

A equipe de consultores técnicos da Ourofino é habilitada para realizar os testes de OPG a campo e, com base nos resultados obtidos, podem indicar o melhor esquema de vermifugação para sua fazenda.

Seguindo Heckler et al. (2016), a Ourofino sugere o esquema 5-8-11 de vermifugação, casando com os manejos sanitários obrigatórios de vacinação contra febre aftosa. No mês de maio, no início da seca, utilizamos o Master LP,  ivermectina a 4% e de longa ação líder nas provas de ganho de peso. No mês de agosto, utilizamos o Evol, com 0,8% de ivermectina e 10% de sulfóxido de albendazol que possui ação rápida contra todas as fases dos helmintos, desde os ovos até os parasitas adultos, auxiliando também contra os ectoparasitas. No mês de novembro, concomitantemente  ao segundo manejo anual da aftosa, já com o fim da seca e início das águas, utilizamos novamente o Master LP que, graças à sua tecnologia de liberação programada, consegue um período de proteção por maior período de tempo.

Em estudos a campo conduzidos pelo departamento Técnico da Ourofino Saúde Animal, o esquema 5-8-11 mostrou-se mais eficiente que o esquema 5-11, onde os animais eram vermifugados somente nos manejos de vacinação contra febre aftosa.

Deste modo, concluímos que o esquema 5-8-11 é mais vantajoso e traz um maior retorno sobre o investimento ao produtor, provando que um rebanho protegido é, também, um rebanho mais lucrativo e produtivo.

Lucas Marques e Ingo Mello

Departamento Técnico da Ourofino Saúde Animal

Tags

Newsletter

Cadastre seu e-mail e receba nossa newsletter.


Deixe o seu comentário