LEISHMANIOSE

Parece que não tem mas tem!

Você pode até não ver, mas o mosquito está aí.

Não negligencie a Leishmaniose.

A Leishmaniose é uma doença transmitida aos animais e humanos através da picada do mosquito-palha.

Suas complicações colocam em risco a vida do tutor e do pet. Por isso, a prevenção deve existir sempre.



1 Informe-se sobre a Leishmaniose.

O que é Leishmaniose?

A Leishmaniose é uma doença transmitida tanto aos cães quanto ao homem pela inoculação de um protozoário por meio da picada do inseto popularmente conhecido como mosquito-palha ou birigui, cientificamente chamado de Lutzomyia longipalpis.

Parece complicado? Vamos simplificar. Na prática, o protozoário denominado Leishmania parasita as células de defesa do organismo do cão ou do homem causando uma série de sintomas e levando a alterações em órgãos vitais. As crianças são as principais vítimas da Leishmaniose, que é uma doença crônica e, se não tratada, leva à morte em 90% dos casos.

Quais são os tipos de Leishmaniose?

Existem dois tipos de Leishmaniose:

  • A Tegumentar ou Cutânea
  • A Visceral ou Calazar

A tegumentar caracteriza-se por feridas na pele que podem, em estágios mais avançados, comprometer também as mucosas do nariz, da boca e da garganta. Já a Leishmaniose Visceral é uma doença sistêmica, que acomete vários órgãos internos, principalmente o fígado, o baço e a medula óssea.

Como a Leishmaniose é transmitida?

A Leishmaniose pode ser transmitida para o cão e para o homem e ocorre somente por meio da picada do mosquito-palha.

Contudo, outras formas possíveis de transmissão que já foram relatadas na literatura, tanto em entre humanos como entre cães, são através do ato sexual, da gestação (via transplacentária), transfusão de sangue, entre outras.

Leishmaniose no Brasil e no mundo

Globalmente, a leishmaniose está entre as dez principais doenças tropicais negligenciadas, com mais de 12 milhões de pessoas infectadas. É endêmica em 99 países, sendo 89 endêmicos para Leishmaniose Cutânea (LC), 80 endêmicos para Leishmaniose Visceral (LV) e 71 endêmicos para as duas formas clínicas.

Dos 9 países que notificam 85% dos casos de Leishmaniose Cutânea, 3 estão nas Américas: Brasil, Colômbia e Peru. Dos casos de Leishmaniose Visceral no mundo, 68% estão concentrados em 4 países: Índia, Sudão, Brasil e Quênia. Para o Brasil, a notificação de novos casos reportados em 2021, foi acima de 1.600 novos casos para a forma visceral e acima de 15.000 novos casos para a forma cutânea da doença.

Leishmaniose Visceral 

Em 2021 foram confirmados 1.683 novos casos humanos de Leishmaniose Visceral (LV) no Brasil, com uma média de 0,8 casos/100 mil habitantes, com presença confirmada em 24 Unidades Federativas, distribuídas nas cinco regiões brasileiras, sendo os maiores registro de casos na região Nordeste (46%).

A LV acometeu em 2021, principalmente adultos e idosos, com maior ocorrência em indivíduos do sexo masculino. Crianças entre 1 a 4 anos também tem elevado registro de casos, 13,4% do total registrado em 2021. A taxa de letalidade por LV em 2021 foi de 10,5%, sendo a mais elevada dos últimos 10 anos.

Leishmaniose Tegumentar 

Em 2021 foram confirmados 15.023 novos casos humanos de Leishmaniose Tegumentar no Brasil, com detecção média de 7 casos/ 100 mil habitantes, distribuída em todo o território brasileiro, sendo os maiores registros na região Norte (43,5%). A LT acomete principalmente adultos e idosos, com maior ocorrência em indivíduos do sexo masculino.

Fontes:

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Número Especial | Mar. 2021. Doenças tropicais negligenciadas. Link para acesso: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2021/boletim_especial_doencas_negligenciadas.pdf/@@download/file

Brasil. Ministério da Saúde: Situação epidemiológica da Leishmaniose Tegumentar. https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/l/lt/situacao-epidemiologica

Brasil. Ministério da Saúde: Situação epidemiológica da Leishmaniose Visceral. https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/l/leishmaniose-visceral/situacao-epidemiologica-da-leishmaniose-visceral

Ruiz-Postigo, Jose Antonio, et al. “Global leishmaniasis surveillance, 2017-2018, and first report on 5 additional indicators/Surveillance mondiale de la leishmaniose, 2017-2018, et premier rapport sur 5 indicateurs supplementaires.” Weekly Epidemiological Record, vol. 95, no. 25, 2020, p. 265.

Organização Panamericana de Saúde (OPAS). https://www.paho.org/pt/topicos/leishmaniose#:~:text=A%20leishmaniose%20cut%C3%A2nea%20e%20visceral,de%2052.645%20casos%20por%20ano.

 




2 Aceite fazer o teste para diagnóstico da Leishmaniose se o veterinário sugerir.

Quais são os sinais clínicos da Leishmaniose?

Fotos: Dermatologia clínica de cães e gatos, Ton Willemse, página 42
Fotos: Dermatologia clínica de cães e gatos, Ton Willemse.

Os sinais clínicos iniciais da Leishmaniose podem ser confundidos com o de muitas outras doenças, por isso o diagnóstico nem sempre é feito no primeiro momento.

Nos cães, pode ocorrer vômito, fraqueza, emagrecimento, acentuada queda de pelos, feridas de difícil cicatrização no focinho, orelhas e patas e um crescimento anormal das unhas. Mas há cães que não apresentam os sintomas e, mesmo assim, estão com a doença. Se forem picados pelo mosquito, eles darão continuidade ao ciclo da doença.

Nos seres humanos, pode acontecer febre prolongada e persistente, fraqueza, emagrecimento, baço aumentado e os sangramentos são comuns em casos crônicos e mais graves.

Como é o diagnóstico da Leishmaniose?

Quando o médico-veterinário suspeita da Leishmaniose Visceral, o diagnóstico da pode ser realizado por meio de testes laboratoriais, de forma semelhante ao realizado na doença humana, podendo ser baseado no exame sorológico (através da coleta de sangue) ou parasitológico direto (através da coleta de tecidos por citologia aspirativa ou biopsia).

Os exames sorológicos estabelecidos pelo Ministério da Saúde para diagnóstico da LVC são: Teste Imunocromatográfico (TRI) e o Ensaio Imunoenzimático (Elisa).

Fonte:

Boletim Epidemiológico: Leishmaniose Visceral, n.1, 23/11/2022. Governo do Estado do Ceará.

https://www.saude.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/9/2018/06/Boletim-Epidemiologico-Leishmaniose-Visceral-23-11-2022.pdf




3 Adote métodos de auxílio à prevenção da Leishmaniose.

Como prevenir a Leishmaniose em seu cão?

Estudos comprovam que a medida mais eficaz de prevenção da transmissão da Leishmaniose para o cão é pela proteção contra a picada do mosquito-palha, inseto transmissor da doença. Essa proteção é feita pelo uso de produtos veterinários que contêm substâncias com a propriedade de repelir o mosquito-palha. Alguns destes produtos causam também a morte desse inseto e controlam a população enquanto protegem o cão.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) preconiza o uso de coleira impregnada por Deltametrina como princípio-ativo para o combate do mosquito. Ela age como repelente e inseticida do mosquito-palha.

Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de vigilância, prevenção e controle de zoonoses : normas técnicas e operacionais [recurso eletrônico].
Brasília: Ministério da Saúde, 2016. 121 p.

Como prevenir a Leishmaniose em sua família?

A prevenção da transmissão da Leishmaniose em humanos é feita por meio de medidas que evitam as picadas do mosquito-palha e controlam a sua população.

As principais recomendações são colocar telas finas em portas e janelas de casa, retirar diariamente fezes dos animais, folhas e frutos em decomposição do quintal da casa, pois as larvas do mosquito-palha se desenvolvem em matéria orgânica decomposta, evitar a exposição ao mosquito, principalmente ao anoitecer e no início da noite, quando eles saem dos esconderijos para picar e têm sua maior atividade. Para quem mora em propriedades rurais, mais uma dica importante: manter o galinheiro e outros abrigos de animais limpos e afastados da casa.


Fontes: Ministério da Saúde, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, OMS.

Mapa Leevre no Brasil

Leevre, uma
aliada contra
a Leishmaniose.

Leevre, uma aliada contra a Leishmaniose.