Artigos - Salmonelose na avicultura

03 jan 2017

Salmonelose na avicultura

A Salmonella constitui um problema de saúde pública mundial como uma das principais causas de doenças transmitidas por alimentos, sendo amplamente reconhecida como uma importante fonte de contaminação e infecção, através de carne de aves ou ovos. Além disso, o aumento da frequência de resistência antimicrobiana é considerado uma das principais ameaças à saúde pública ligada à produção de alimentos de origem animal, incluindo a cadeia de produção de aves, o que é uma preocupação adicional na gestão de risco da salmonelose.

O termo salmonelose é usado para denominar a infecção causada por bactérias do gênero Salmonella, da família Enterobacteriaceae. A Salmonella sp. é um bacilo Gram negativo que infecta todos os animais, inclusive as aves e o homem. No gênero Salmonella estão incluídos mais de 2500 sorotipos.

A infecção das galinhas por Salmonella sp. pode induzir manifestações clínicas de formas distintas. Baseando-se na importância da salmonela como agente causador de doença nas aves e de risco para a saúde pública, elas são divididas em três grupos:

  • Grupo 1: estão incluídas neste grupo a S. Gallinarum e a S. Pullorum que causam respectivamente o tifo aviário e a pulorose. Estes dois sorovares são imóveis, têm as aves e principalmente galinhas e perus como hospedeiros específicos e são considerados de alta patogenicidade.

  • Grupo 2: neste grupo estão incluídas as salmonellas móveis, do tipo paratíficas, excluindo a S. Enteritidis e a S. Typhimurium. As salmonellas do grupo 2 representam em torno de 1500 sorovares e podem ser encontradas nas aves e nos mamíferos clinicamente saudáveis. A infecção é também denominada paratifo aviário. Dificilmente causam doença clínica nas aves e transmitem-se fundamentalmente por via horizontal. Estas salmonellas têm o potencial de causar gastroenterites em humanos.

  • Grupo 3: neste grupo estão os sorovares Enteritidis e Typhimurium. São bactérias móveis que, eventualmente, podem causar doença clínica em aves jovens e estão relacionadas com a grande maioria de casos de toxinfecções alimentares por salmonellas em humanos. Além da transmissão horizontal, verificou-se nestes dois sorotipos, e, principalmente, com a Enteritidis, certo nível de transmissão vertical.

 

Salmonellas podem ser isoladas nas fezes, órgãos internos, ovos e embriões de aves doentes ou de portadoras sãs. Também podem ser isoladas da cama, instalações, equipamentos, alimento, matérias-primas, animais domésticos e silvestres.

Os vetores biológicos são importantes na disseminação da Salmonella. O Alphitobius diaperinus, conhecido como “cascudinho”, é encontrado abundantemente nas instalações avícolas e acarreta prejuízos zootécnicos e sanitários na avicultura industrial mundialmente. O cascudinho perpetua a infecção em lotes sucessivos, pois é capaz de contaminar o solo e a água e a sobrevida da Salmonella no ambiente, principalmente, na presença de matéria orgânica pode ser longa.

Os cascudinhos são espécies que se alimentam de fezes, carcaças, fungos e de grãos e farinhas armazenadas. Assim, eles são portadores e vetores de agentes patogênicos, principalmente devido aos seus hábitos de alimentação. Segundo dados de uma agroindústria brasileira, o cascudinho é o responsável por cerca de 60% dos quadros de salmonelose presentes nas produções de frangos de corte, demonstrando a importância de um controle efetivo dos cascudinhos.

Visando o auxílio de seus clientes a campo, a Ourofino Saúde Animal lançou neste ano o Colosso Avicultura (Figura), produto exclusivo para a avicultura, que tem em sua formulação a associação de um piretróide (cipermetrina), com um organofosforado (clorpirifós) junto ao Butóxido de Piperonila, um sinergista, que atua potencializando a ação da cipermetrina, permitindo uma ação em cascudinhos já sabidamente resistentes a produtos à base somente de cipermetrina.

O produto deve ser administrado via pulverização e/ou atomização em instalações avícolas destinadas à produção de aves de corte e de postura, sem a presença das aves no momento da aplicação e, posteriormente, aos procedimentos usuais de limpeza e desinfecção. Sua utilização não requer período de carência para o abate de aves ou para o consumo de ovos de aves alojadas em instalações que receberam o produto, contudo, as instalações devem ser mantidas sem a presença de aves por no mínimo dois dias após a aplicação do produto.

Flávio Ortiz Codazzi Cunha, consultor técnico da Linha Aves e Suínos na Ourofino Saúde Animal, e Andrea Panzardi, especialista técnica da Linha Aves e Suínos na Ourofino Saúde Animal

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