11 jan 2011

Mosca-dos-estábulos

Conhecida como mosca dos estábulos, a Stomoxys calcitrans, causa um grande prejuízo aos rebanhos nacionais.  Ela tem como hospedeiros a maioria dos animais e o próprio homem. Seu desenvolvimento se dá em restos de matéria orgânica em decomposição, podendo ser a palhada de algumas culturas no campo, fezes dos animais mal manejadas (cama de aves ou esterco de curral) e restos alimentares. Esses materiais quando começam a fermentar formam um substrato favorável à postura dos ovos e à proliferação dessa mosca. A proximidade com culturas que utilizam esses materiais sem o manejo correto é um fator predominante para o aparecimento desse parasita. Alguns estudos demonstram que o excesso de chuvas e altas temperaturas também agravam o problema, pois essas condições favorecem o seu ciclo evolutivo. A mosca dos estábulos é facilmente confundida com a mosca doméstica. Diferencia-se pela probóscide, que nada mais é que o aparelho sugador projetado para frente. Tanto o macho quanto a fêmea nutrem-se de sangue de uma a duas vezes por dia e as fêmeas podem ovipor de 25 a 50 ovos em matéria orgânica em decomposição. Dentro de um a quatro dias, esses ovos já eclodem. Dependendo das condições climáticas podem virar larvas de 06 a 30 dias. Quando adultas, as fêmeas necessitam ingerir sangue para completar o desenvolvimento dos seus ovários e para isso sugam sangue dos hospedeiros que encontram perto do local da postura. O ciclo completo pode durar de 12 a 60 dias dependendo das condições do clima de cada região. Essas moscas são encontradas em grande número nos animais, preferem a luz solar forte e picam principalmente ao ar livre. Esse hábito constitui um grande fator de estresse que provoca perda de apetite e consequente perda de produção tanto no corte quanto no leite. Para o controle, deve-se evitar os potenciais criadouros removendo a camada úmida, fenos, restos alimentares e resíduos dos estábulos e currais. A aplicação de inseticidas nos currais e ao redor das instalações apresenta boa resposta ao controle. Também pode-se utilizar CB 30 TA para a limpeza e desinfecção das instalações. Recomenda-se a pulverização nos animais com produtos à base de clorpirifós, organofosforado e repelente (Colosso Pulverização) e a colocação de um brinco mosquicida em cada animal como forma auxiliar de controle. Nos resíduos, o correto é fazer um manejo que possibilite a fermentação prévia do material para posterior uso no campo como adubo, utilizando-se de esterqueiras, biodigestores ou compostagem. Uma maneira eficiente é separar o conteúdo de uma semana, amontoar ou depositar na esterqueira e cobrir muito bem com lona plástica. Repetir o processo por quatro semanas. Quando chegar à quinta semana, o primeiro monte já pode ser utilizado no campo incorporando-o ao solo. Dessa forma não haverá substrato favorável para a postura dos ovos da mosca e o controle torna-se eficiente. Por: Renato Del Alamo Guarda, assistente técnico Ourofino Agronegócio.

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