Artigos - Mormo em equinos: Confirmado o primeiro foco da doença no MS

22 jun 2015

Mormo em equinos: Confirmado o primeiro foco da doença no MS

No último dia 26 foram confirmados três casos de Mormo numa propriedade rural em Bela Vista, cidade a aproximadamente 320 km de Campo Grande / MS. Os animais foram sacrificados por profissionais indicados pela Agência de Defesa Sanitária Animal.

Atualmente, os estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espirito Santo, Mato Grosso, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo tem registrado a ocorrência de Mormo. Desta forma, o deslocamento interestadual de animais ou a participação em eventos hípicos está condicionado à apresentação do resultado laboratorial negativo, dentro do prazo de validade e ausência de sinais clínicos da doença.

O mormo foi oficialmente erradicado em animais na Europa, Estados Unidos, Canadá, Austrália e África do Sul devido à adoção de medidas de obrigatoriedade de testes diagnósticos e eutanásia dos positivos.

 

A doença

         Mormo é uma zoonose de notificação compulsória ao Ministério da Agricultura (MAPA) causada por um bacilo Gram-negativo denominado Burkholderia mallei. Em equinos, a doença se dissemina em propriedades com superlotação de piquetes, condições deficientes de higiene e manejo indutor de estresse.

         A fonte primária de infecção em equídeos é pela ingestão de água ou alimento contaminado por secreção nasal de cavalos infectados. A forma aguda do mormo é caracterizada por broncopneumonia e sepse com febre de moderada à alta, depressão e perda rápida de peso. Frequentemente ocorrem descargas nasais mucopurulentas ou hemorrágicas que formam crostas nas narinas. Os linfonodos submaxilares frequentemente se tornam aumentados, dolorosos e susceptíveis à ruptura. A forma crônica é comumente descrita por uma das três formas: cutânea, nasal ou pulmonar, apesar de, na prática geralmente ocorrerem as três formas concomitantemente.

Oficialmente, para diagnóstico e controle da doença, o MAPA recomenda para a triagem o teste de fixação de complemento e Westing Blooting para a confirmação da doença. Os laboratórios e o veterinário que realizar a coleta de sangue devem ser credenciados pelo Ministério.

         Não há tratamento e não existe vacina para a prevenção da doença. De acordo com a legislação atual deve ser realizada a interdição da propriedade e eutanásia compulsória dos casos positivos confirmados.

 

Referências:

1. SELLON, D.C. LONG, M.T.L. Equine Infectious Diseases, 2nd Ed. Elsevier, p.475-494, 2014.

2. KHAN, L.H. WIELER, L.H. MELZER, F. ELSCHNER, M.C. MUHAMMAD, G. SPRAGUE, L.D. NEUBAUER, H. SAQIB, M. Glanders in animals: A review on epidemiology, clinical presentation, diagnosis and countermeasures. Transboundary and Emerging Diseases 60: 204-221, 2013.

3.http://www.idaron.ro.gov.br/portal/legislacao/arquivos/exibir.ashx?arquivo=274&especie=Documentos_Circulares&Num=28&ano=2015. Acesso em 8/06/2015

4.http://www.idaron.ro.gov.br/portal/legislacao/arquivos/exibir.ashx?arquivo=279&especie=Documentos_Circulares&Num=38&ano=2015. Acesso em 8/06/2015

Profa. Roberta Carvalho Basile

Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais - UNICASTELO

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