Artigos - Métodos de diagnóstico parasitólogico:como saber se meu cavalo está parasitado?

09 nov 2015

Métodos de diagnóstico parasitólogico:como saber se meu cavalo está parasitado?

Como sabemos todos os animais criados a campo, estão sujeitos a verminoses intestinais. Além de causar sérios problemas, essas verminoses ainda podem colocar em risco a vida desses animais. Por essa razão, tanto o tratamento quanto o controle e prevenção se tornam as principais formas de proteção à tropa.

Assim sendo, consideramos importante falar a respeito dos principais métodos de diagnóstico parasitológico, que são fundamentais para um bom tratamento, controle e prevenção desta importante causa de prejuízo para o criador.

Vamos começar então pela Técnica de contagem de ovos por grama de fezes, mais conhecida como OPG. Um dos métodos mais utilizado para fazer essa contagem de ovos por gramas de fezes é o Método de McMaster, descrito da seguinte forma na Coleção Siga da Ourofino (2013):

Primeiramente, coletar as fezes diretamente do reto do animal. As amostras coletadas devem ser identificadas com o respectivo número do animal e acondicionadas em uma caixa térmica com gelo reciclável até que sejam encaminhadas ao laboratório.

Já no laboratório, pesar 2 gramas de fezes e dissolver 400 gramas de sal em 01 (um) litro de água, obtendo dessa forma uma solução saturada (observa-se precipitação de sal no fundo do recipiente). Misturar 28 mL dessa solução saturada de cloreto de sódio em 2 gramas de fezes. Após misturar bem, filtrar o conteúdo de um copo para o outro.

Homogeneizar bem o conteúdo filtrado do copo, com uma pipeta retirar uma alíquota e preencher a Câmara de McMaster com o cuidado de não deixar bolhas. Fazer a leitura em microscópio óptico no aumento de 100x (objetiva de 10); a quantidade de ovos contada nos dois lados da câmara deve ser somada e esse resultado multiplicado por 50 para determinação do número de ovos por grama de fezes (OPG).


A Câmara de McMaster é preenchida para a leitura em microscópio óptico.

 

Os estrongilídeos, geralmente, são os nematódeos mais encontrados durante os exames laboratoriais. Este grupo é composto por diferentes espécies, porém seus ovos assemelham-se muito entre si, tornando difícil sua identificação apenas pelo exame de OPG.

Portanto outro tipo de exame, que é mais específico, também pode ser realizado no laboratório para determinar qual parasita intestinal se encontra no animal: a Coprocultura. Existem várias técnicas de coprocultura para obtenção de larvas de nematódeos gastrintestinais, mais a que é muito utilizada e foi a qual escolhemos para citar no blog é a Técnica de Roberts e O’Sullivan (UENO e GONÇALVES, 1998).

Nesta técnica é necessário coletar de 20-30g de fezes frescas, retiradas diretamente da ampola retal do animal, em seguida elas devem ser misturas com um pouco de água a uma serragem (que deve ser de preferência a serragem esterilizada de pinho para evitar o crescimento de fungos que possam interferir no desenvolvimento), na proporção de mais ou menos duas partes de serragem para uma de fezes. Depois de homogeneizar as fezes e a serragem, deve-se preencher um pote com essa mistura e leva-la a estufa ou deixar no meio ambiente por um período de 7 a 10 dias. É ideal fazer um furo no meio da mistura e cobrir o pote para evitar o crescimento de fungos que possam interferir no desenvolvimento das larvas de nematódeos.

Decorrido esse período de 7 a 10 dias, as larvas devem ser coletadas, preenchendo o frasco de cultivo com água morna até a borda, tampando o frasco com uma placa de Petri, invertendo-o e colocando de 5 a 10 ml de água na placa de Petri.  Após 3 a 4 horas, coletar com uma pipeta o conteúdo existente na placa Petri, para posteriormente ser olhada em lâmina ao microscópio.

Entretanto esses métodos não são tão eficazes para todas as espécies de parasitas internos de equinos, como é o caso do Oxyuris equi, uma espécie de nematoide que pode ser facilmente identificado através do Exame da Fita Gomada, um exame rápido, simples e eficaz. Consiste basicamente em fixar sobre a região anal e perianal do equino (local onde as fêmeas do Oxyuris equi fazem a ovipostura), uma tira de fita durex transparente. Essa fita deve ser colocada sobre uma lâmina e levada ao microscópio para confirmar a presença de ovos (COSTA, 2012).


O Exame da Fita Gomada é utilizado para diagnóstico do Oxyuris equi.

 

Referências:    

COSTA, A. J. Método de Graham. Diagnóstico Parasitológico em Helmintologia. 1. ed. Jaboticabal, 2012.

UENO, H.; GONÇALVES, P.C. Manual para diagnóstico das helmintoses de ruminantes. 4. ed. Japan: Japan International Cooperation Agency. 1998. 143p

CASSOL, D. M. S.; REZENDE, M. L. G.; ONIZUKA, M. K. V. Como fazer OPG Método McMaster. Coleção siga, vol.2. Cravinhos, ago/2013.

Tamyris Furtado de Lima

Estagiária do Departamento Técnico Ourofino Saúde Animal

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