14 mai 2012

Intoxicação por milho contaminado por Fusarium moniliforme (Leucoencefalomalácia equina)

A leucoencefalomalácia equina é uma doença degenerativa e altamente fatal dos equídeos (cavalos, pôneis, asininos e muares). É um processo degenerativo do sistema nervoso central causado por alterações metabólicas que produzem malácia (amolecimento da massa branca do cérebro). Outra forma de intoxicação é causada pela micotoxina fumonisina B1 (FB1), metabólito do Fusarium moniliforme, fungo que pode estar presente no milho, na ração ou silagem infectados.

Os equídeos ficam acometidos pela ingestão do milho infectado pelo F. moniliforme e o desenvolvimento da doença depende da concentração da fumonisina no alimento e a duração da exposição. Segundo pesquisadores, a doença está relacionada principalmente às pobres condições de estocagem do milho ou da ração dada ao animal. A presença do fungo no entanto não garante que ocorrerá a doença, do mesmo modo que a ausência dele não é uma garantia de que o milho está livre da toxina.

Duas síndromes clínicas estão associadas à intoxicação por FB1. A mais comum é a síndrome neurotóxica clássica, mas também ocorre hepatotoxicidade em alguns equinos. Os animais mais velhos podem ser mais suscetíveis do que os mais jovens e os sinais clínicos se tornam evidentes aproximadamente 3 a 4 semanas após a ingestão diária do alimento contaminado (REED & BAYLY, 2000). Uma vez que os animais mostram os sinais neurológicos, a morte ocorre geralmente dentro de 48 a72 horas. A síndrome neurológica caracteriza-se inicialmente por incoordenação, caminhar sem rumo, anorexia intermitente, letargia, depressão e pressionar a cabeça contra superfícies. Podem ocorrer decúbito e convulsões clônico-tetânicas antes da morte.

Os sinais clínicos associados à síndrome hepatotóxica são sonolência, icterícia e petéquias nas mucosas, respiração abdominal e cianose. Os sinais aparecem frequentemente de forma aguda, e a morte pode ocorrer dentro de horas a dias.

O tratamento é em grande parte de suporte, já que não existe antídoto para FB1. Os equinos devem ser sedados para minimizar traumatismo. O médico veterinário deverá avaliar caso a caso para auxiliar na diminuição do edema cerebral, na eliminação da toxina, aplicação de vitaminas e hidratação. O milho mofado deve ser imediatamente eliminado da alimentação e é importante ter cuidados especiais com o armazenamento dos grãos e fornecer forrageiras de boa qualidade, sempre que possível. Portanto, é de extrema importância o controle destes fatores, já que a leucoencefalomalácia eqüina é uma doença de distribuição mundial com alta mortalidade.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 BROWN, C. M.; BERTONE, J. J. Consulta Veterinária em 5 minutos – espécie eqüina. 1. ed. São Paulo: Manoele, 2002. CORREA, F. R.; MENDEZ, M. C.; SCHILD, A. L. Intoxicação por milho contaminado por Fusarium moniliforme. Intoxicação por plantas micotoxicoses em animais domésticos., vol. 1, p.146-153, 1993. LEMOS, K .R. Leucoencefalomalácia eqüina. Disponível em: www.bichoonline.com.br. Acesso em 03 de novembro de 2005. LOGUE, J. Lekoencephalomalacia equine. Disponível em: www.addl.com.br. Acesso em 05 de novembro de 2005. MALLMANN, C. A.; SANTURIUM, J. M.; DILKIN, P. Leucoencefalomalácia eqüina associada a ingestão de milho contaminado com a fumonisina B1. Disponível em: www.scielo.br. Acesso em 03 de novembro de 2005. MARCONDES, J. S.; CHIACCHIO, S. B.; AMORIM, R. M.; GONÇALVES, R. C.; BORGES, A. S.; YONEZAWA, L. A.; ROSA, E. P.; FERREIRA, D. O. L. Equine leukoencephalomalacia associated with ingestion grain. Disponível em: www.fmvz.unesp.br. Acesso em 05 de novembro de 2005. REED, S. M.; BAYLY, W. M. Medicina Interna Eqüina. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. ROTHENBULER, R. Leukoencephalomalacia equine. Disponível em: www.addl.com.br. Acesso em 05 de novembro de 2005. THOMASSIAN, A. Enfermidades dos Cavalos. São Paulo: Varela, 1984. 

Tamarini Arlas

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Comentários

ISAIAS ALVES VELOSO

Quinta-feira, 04 de Junho de 2020

MUITO VALIDA E INTERESSANTE A MATERIA. GOSTEI MUITO.

Ourofino Saúde Animal

Quinta-feira, 04 de Junho de 2020

Olá Isaias,

Muito obrigada pelo seu contato e pela confiança.

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