13 jun 2011

Criação de Bezerras e Novilhas leiteiras - Parte III: Cuidados Sanitários

Na “Parte II - Cuidados Sanitários” - destacamos o manejo e os cuidados iniciais com as bezerras recém-nascidas. Nesta oportunidade, abordaremos as principais enfermidades, vacinas e controle de endo e ectoparasitos na fase de maior desafio das bezerras, desde seu nascimento até seu primeiro ano de vida. Será sugerido um calendário sanitário baseado na prevenção, profilaxia e no controle estratégico de endo e ectoparasitos nas fases mais críticas da vida destes animais. As bezerras devem iniciar seu calendário sanitário já aos 15 dias de vida, com a vacinação contra pneumoenterite. Esta vacina deve ser também realizada previamente nas vacas no último terço de gestação. Também muito comum aos bovinos, as clostridioses devem ser prevenidas com vacinações periódicas (Ourovac Clostridium); neste caso as fêmeas gestantes também devem receber a vacina no último terço de gestação e as bezerras deverão ser vacinadas aos 60 dias de vida e aplicado o reforço vacinal (“booster”) 30 dias depois. Caso a mãe não tenha sido imunizada, a bezerra deverá receber a imunização aos 15 dias de idade com reforço vacinal aos 30 e 60 dias depois, após este protocolo, os animais deverão receber revacinação anual. Botulismo e doenças do complexo respiratório-reprodutivo (Rinotraqueíte Infecciosa Bovina, Diarreia Bovina a Vírus, Parainfluenza e Leptospirose) devem ser prevenidos com vacinação, dependendo do histórico da região e propriedade. A vacinação contra Febre Aftosa é obrigatória e deve obedecer aos calendários oficiais de cada Estado. Do mesmo modo, a vacina antirrábica que comumente é realizada concomitantemente para aproveitar-se o manejo. Destaca-se para bezerras a obrigatoriedade de vacinação contra brucelose na idade de 3 a 8 meses, conforme o Programa Nacional de Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose (PNCEBT) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O controle de ectoparasitos deve ser baseado principalmente nos carrapatos (carrapato bovino - RhipicephalusBoophilus microplus), responsáveis por inúmeros prejuízos à pecuária brasileira. Em áreas com incidência de berne (também conhecida como Furunculose), das mosca-dos-chifres e miíases, também deve ser dada atenção especial. O controle destes parasitos tem que ser realizado de forma inteligente e com planejamento. Recomenda-se o controle estratégico parasitário, que ocorre na maioria do país (Brasil Central) de outubro a março, durante a estação chuvosa, quando a temperatura e umidade são ideais para sua reprodução. Pode ser usado carrapaticida associado ao mosquicida e bernicida (Colosso Pulverização) com administração de banhos a cada 21 dias ou via pour on (no “fio do lombo”) a cada 30 dias (Colosso Pour On). Atenção especial é recomendada aos animais mais susceptíveis, conhecidos popularmente como animais de “sangue doce”, que podem servir de sentinelas da infestação do rebanho. O controle de endoparasitos pode ser iniciado aos 30 dias de idade com uma dose de sulfóxido de albendazole, via oral (Ricobendazole® Oral) intercalado com ivermectina longa ação a cada 60 dias (Iver LA). Este manejo visa o controle eficiente dos vermes nas suas formas adultas, jovens e ovos e também no combate aos vermes pulmonares (Dictyocaulus viviparus), devendo ser feito até os 12 meses de idade. Dos 12 meses até o parto é recomendado seguir o controle estratégico preconizado pela Embrapa, sendo realizado nos meses de maio, julho e setembro (estação seca na maior parte do Brasil). O controle integrado e eficiente durante esta fase é lucro certo para o produtor, que terá animais mais produtivos e em maior número podendo lucrar com a venda de animais excedentes. De forma geral, o investimento aproximado do produtor nesta fase tão importante fica em aproximadamente R$ 7,80, valor irrisório quando se compara o custo com os benefícios conseguidos. As dosagens, modo de administração e restrições de uso, estão contidos nos rótulos ou bulas dos produtos e devem ser sempre respeitados. Consulte sempre um médico veterinário. Por: Jean J. P. Perícole

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