05 dez 2011

Verdades e mitos sobre o consumo da carne vermelha

Diariamente a mídia traz informações sobre os benefícios ou malefícios de determinados alimentos, o que expõe o consumidor a informações que podem não ser verdadeiras e fundamentadas. Por isso, é importante que as pessoas estejam atentas e bem informadas para não comprometer o equilíbrio de sua dieta, sua saúde e o prazer da boa mesa. O equilíbrio deve ser a tônica de tudo o que norteia a saúde humana e, sobretudo, a qualidade alimentar. E é justamente disto que vamos tratar no artigo desta semana. A carne vermelha é uma das principais e mais acessíveis fontes de proteínas, minerais, vitaminas e ácidos graxos de fundamental importância à saúde humana. Segundo a FAO (Food and Agriculture Organization – Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), uma alimentação diária saudável deve ter 10 a 15% de proteína, com uma ingestão diária de 90 gramas, devendo 50% ser de origem animal e somente o restante de origem vegetal. O COLESTEROL: Grande responsável pelo temor de muitos ao consumo das carnes vermelhas, o colesterol é tido como o grande vilão da alimentação humana. Mas contrário do que se pensa, sem a sua presença, a integridade da membrana que protege as células ficaria totalmente comprometida, assim como a síntese de vitamina D e hormônios sexuais, causando uma diminuição nos níveis de testosterona e na libido nos homens, além da menopausa precoce nas mulheres. O colesterol é um álcool esteróide que se transforma em gordura dentro do organismo animal e sua importância para a vida é tamanha, que o próprio organismo produz cerca de 70% de todo o colesterol circulante, devendo somente os 30% restantes ter origem na dieta. A polêmica envolvendo o colesterol é decorrente do excesso de LDL (lipoproteína de baixa densidade), também conhecida como colesterol ruim e que em determinadas condições, pode se acumular nas paredes das artérias e desencadear a aterosclerose. Existem ainda outras lipoproteínas de grande importância para o organismo e que compõe o grupo dos colesteróis. Essas, entretanto, são benéficas e fundamentais ao organismo. São elas: quilomicron, VLDL (lipoproteína de muito baixa densidade) e o HDL (lipoproteína de alta densidade) e conhecido como o “bom colesterol”, que em grandes quantidades é extremamente favorável ao organismo, pois é carreado para a circulação sanguínea e tem capacidade de promover uma limpeza celular. Para não provocar danos ao organismo, a ingestão diária máxima de colesterol, propriamente dita, não deve exceder 300mg. E para aqueles que pensam em substituir a carne vermelha da sua alimentação neste período de festas, deve-se ter em mente que não se trata de uma tarefa fácil, nem tampouco barata. A complexa composição nutricional da carne vermelha imprime apurado acompanhamento nutricional, pois uma dieta isenta de carnes vermelhas pode colocar em risco a saúde humana. SUBSTITUTOS DAS CARNES: Poderia – se dizer que a utopia da alimentação humana seriam “aquelas” rações vislumbradas nos filmes de ficção científica, em que uma “pílula” fornece todos os nutrientes necessários para a mantença do indivíduo durante o dia.  Porém, na vida real, o ser humano está necessita ingerir alimentos de qualidade e em quantidades adequadas, o que além de nutritivo é muito mais saboroso. Outra opção para aqueles que não apreciam os “prazeres da carne” vermelha e desejam eliminar a carne bovina da sua dieta e ainda assim manterem-se saudáveis; é fazer a substituição de um bife de 100 gramas por: 15 gramas de linhaça moída; 16 gramas de amaranto; 11,6 gramas de mix de folhas; 11 gramas de coalhada seca; 8,4 gramas de farinha de soja desidratada; 7,1 gramas de semente de gergelim; 6,9 gramas de lentilha; 6 gramas de pêssego desidratado; 3 gramas de frutos do mar. Como percebemos, não é nada fácil substituir as carnes vermelhas da nossa dieta, desta forma, a carne bovina é e sempre será uma excelente fonte nutricional, à qual devemos trabalhar para que se torne acessível a todas as populações do mundo. Não se trata de uma questão de estilo de vida, mas de sobrevivência. Muito além de modismos ou tendências “humanitárias” a fome deve ser combatida e a carne bovina é talvez o mais nobre dos elementos desta batalha. Quase insubstituível, a carne bovina é saudável, deliciosa e geradora de renda. Portanto: nas festas de final de ano e durante todo o ano que está por vir, comam carne!!! Composição nutricional das carnes bovina, suína e de aves (grelhada ou cozida, porção de 100 gramas): Fonte: USDA, ARS. USDA Nutrient Database for Standard Reference, release13. Nutrient Data Laboratory homepage (www.nal.usda.gov/fnic/foodcomp). Novembro de 2011   Por Marcus Rezende, Médico Veterinário e Diretor Técnico Ourofino Agronegócio

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