Artigos - Programas de IATF: Ressincronização aos 22 dias

24 ago 2015

Programas de IATF: Ressincronização aos 22 dias

Durante a semana de 19 à 23/09/2015 a equipe do Departamento Técnico da Ourofino Saúde Animal esteve presente na XXIX Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Tecnologia de Embriões (SBTE) acompanhando as mais recentes pesquisas em reprodução animal. As palestras e discussões durante o evento foram de grande valia para a atualização sobre o que há de mais novo e que podemos levar aos nossos clientes.

Dentre as diversas pesquisas apresentadas, uma em especial gerou muita discussão técnica e tem grande impacto nos programas reprodutivos que utilizam a ressincronização.

A ressincronização consiste em fazer uma nova IATF logo em seguida de uma IATF anterior, reduzindo o intervalo entre inseminações. Pensando em vacas de corte o início do protocolo de IATF pode-se dar 22 dias após a IATF anterior (todos os animais são protocolados e o diagnóstico de gestação ocorre somente no dia da retirado do dispositivo intravaginal de progesterona) ou 30 dias após a IATF anterior, neste caso o protocolo é iniciado no momento do diagnóstico de gestação e somente as vacas vazias são re-protocoladas.

As duas principais recomendações atualmente são: fazer 2 IATF (IATF + ressincronização) com repasse de touro ou 3 IATF (IATF + ressincronização + ressincronização), neste último caso, não seria necessário utilizar o repasse com touro e mantendo a taxa de prenhez acumulada acima de 80%, sendo 100% das crias produtos de inseminação artificial.

Apesar de a ressincronização ser realizada em muitas propriedades, atualmente um questionamento permanece constante entre os usuários da técnica: Quando realizamos um protocolo a base de progesterona+estrógeno aos 22 dias de gestação, esse estradiol pode induzir a luteólise e reduzir a taxa de concepção da primeira IATF?

Com o intuito de reduzir este risco, muitos protocolos de ressincronização aos 22 dias utilizam uma dose reduzida de benzoato de estradiol (BE; 1 mg ao invés do tradicional 2 mg). Por outro lado, ao utilizar essa estratégia surge outra pergunta: A redução da dose de BE no início do protocolo não reduziria a eficiência de sincronização? Para responder essas perguntas compartilho neste blog os resultados do trabalho apresentado na SBTE 2015 (Pessoa et al. 2015, resumo 074).

Para este trabalho foram utilizados 1426 vacas (768 taurinas e 728 zebuínas) que receberam uma 1ª IATF e foram ressincronizadas 22 dias após, com 1 mg de BE ou 2 mg de BE. Destaco que, não houve diferença na perda gestacional entre as doses de BE (1 mg: 3,8% vs 2 mg: 5,5%; P=0,37, figura 1). Além disso, a taxa de concepção na 2ª IATF foi maior no grupo sincronizado com 2 mg de BE (1 mg: 36,1% vs 2 mg: 47,3%; P=0,0001). Estes resultado comprovam que o protocolo de ressincronização aos 22 dias com 2 mg de BE no D0 melhora a eficiência no protocolo e não prejudica a prenhez da IATF anterior.

Figura 1. Resultados da 1ª e 2ª IATF com ressincronização aos 22 dias com 1 ou 2 mg de benzoato de estradiol no início do protocolo.


Produtos linha reprodução Ourofino.

Roney S. Ramos

Especialista técnico em reprodução animal - Ourofino Saúde animal

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