Artigos - Importância das monitorias sanitárias na suinocultura

04 fev 2013

Importância das monitorias sanitárias na suinocultura


Capítulo 1 – Doenças entéricas na fase de maternidade e creche A suinocultura é uma atividade altamente intensiva e com isso tornam-se cada vez maiores os desafios sanitários enfrentados nos sistemas de produção. Para obter uma maior lucratividade na atividade, é de grande importância a adoção de boas práticas de produção com o acompanhamento de Médicos Veterinários para a realização de monitorias nutricionais, reprodutivas e sanitárias. Dentre as monitorias sanitárias (clínica, patológica, laboratorial e de abate), a monitoria clínica tem como objetivo observar a ocorrência de patologias que possam afetar negativamente o desenvolvimento do rebanho e, conseqüentemente, acarretar prejuízos econômicos. Esta forma de monitoria deverá ser usada conjuntamente com a análise dos índices zootécnicos ou produtivos da propriedade, e com isso será possível reconhecer e analisar possíveis enfermidades que possam estar ocorrendo de forma subclínica. Entre as principais enfermidades encontradas na suinocultura, as mais importantes são as relacionadas aos aparelhos: respiratório (rinites e pneumonias) e digestivo (diarréias). Um dos desafios que mais encontramos na suinocultura industrial atualmente são as diarréias, que causam perda de desempenho dos animais (déficit no ganho de peso e conversão alimentar) e em alguns casos, aumento da mortalidade. No Capítulo 1, vamos abordar aspectos relacionados à monitoria sanitária de duas das principais causas de diarréias na maternidade e creche (pós desmame): Colibacilose e Coccidiose. Além da mortalidade, as doenças dos leitões na maternidade têm uma enorme importância por afetar negativamente o ganho de peso durante a fase de aleitamento e causar a piora da uniformidade e do peso das leitegadas no momento do desmame. A colibacilose é causada pela bactéria Escherichia coli, e pode ocorrer num plantel de suínos por 4 manifestações clínicas: 1) Diarréia neonatal, que afeta animais durante a primeira semana de vida. Na sua forma clássica, o curso é rápido, com desidratação e morte em 4 a 24 horas. 2) Colibacilose da Terceira semana, é uma forma de diarréia de pouca gravidade, que ocorre em leitões com 5 a 25 dias de idade. A E. coli, o agente etiológico primário, geralmente está associada a fatores de risco relacionados ao manejo e/ou nutricionais. Os sinais clínicos são mais brandos do que os observados na colibacilose neonatal e o mais comum é a presença de diarréia com consistência variando de pastosa a cremosa e desidratação moderada. 3) Colibacilose pós desmame, ou Síndrome da diarréia pós-desmame (SDPD), é uma doença multifatorial que afeta os leitões nas duas primeiras semanas após o desmame, no qual a E. coli é um dos principais agentes envolvidos, geralmente associadas a fatores nutricionais e ambientais. 4) Doença do Edema, é uma toxi-infecção caracterizada pela ocorrência de sinais de disfunção neurológica, mortes súbitas e desenvolvimento de edemas que afeta, principalmente, os leitões entre 4 a 15 dias após o desmame. Os sintomas e lesões estão associados a uma toxina (verotoxina - VT2e), produzida por certas cepas de E. coli, que age na parede de vasos sangüíneos. A Coccidiose, é causada pelo agente Isospora suis, um protozoário que parasita células epiteliais dos intestinos de suínos – especialmente jejuno e íleo – e produz diarréias três a quatro dias após a ingestão dos oocistos. O quadro clínico é de diarréia persistente, afetando principalmente leitões entre 5 a 15 dias de idade. Quando ocorre, atinge de 70% a 90% dos leitões, levando a uma desidratação moderada e ao atraso no desenvolvimento, com baixa mortalidade de 6% a 20%. Não há resposta terapêutica a antibioticoterapia, mas existem produtos coccidicidas específicos (Toltrazuril) que são usados para reduzir os efeitos da infecção. No nosso meio, se a doença não for adequadamente controlada, costuma causar prejuízos crônicos aos rebanhos pela ocorrência de diarréia e desidratação variável, contribuindo para a falta de uniformidade do peso ao desmame a aumentando a taxa de refugos na maternidade. Os sinais clínicos dependem, basicamente, do número de oocistos ingeridos, podendo ser observada diarréia fétida com odor rançoso ou azedo, de cor amarelada, com consistência variando de cremosa a pastosa. Princípios da monitoria clínica A primeira parte da monitoria clínica é conhecer a granja. Deve-se realizar anamnese detalhada, que contemple os principais dados produtivos da propriedade, manejos adotados, estratégia de vacinação e programas terapêuticos. Além disso, é importante observar a estrutura das instalações, ambiência, higiene e o perfil dos funcionários. Nesta fase, é importante obter o máximo de informações. É importante analisar cuidadosamente todos estes fatores, pois consistem em fatores de risco para as doenças entéricas. -  Definindo uma leitegada com diarréia Uma maneira de monitorar as afecções entéricas é através da avaliação da consistência das fezes, podendo ser classificadas como normais, pastosas e líquidas (escores 1, 2 e 3 respectivamente). O lote é considerado diarréico quando 20% dos animais apresentarem diarréia. Outro ponto importante quando se analisa diarréias em animais lactentes, é o fator idade. Embora não haja uma regra fixa para isso, há diarréias que se manifestam com maior freqüência, em determinadas faixas etárias. -  O apoio laboratorial como ferramenta ao diagnóstico clínico Após a análise clínica das leitegadas, o exame laboratorial pode ser realizado a fim de complementar a análise clínica. As fezes podem ser coletadas diretamente da ampola retal, acondicionadas em potes ou sacos plásticos, ou por meio de suabes retais. No caso de animais submetidos à necropsia, deve selecionar de 3 a 4 suínos, na fase aguda da doença para eutanásia. Quando se tratar de diarréias, selecionar animais no inicio da diarréia. Para análise de sensibilidade bacteriana, preferencialmente realizar a coleta de fezes em animais que não tenham sido previamente medicados. Identificar animais com sinais clínicos agudos e típicos da doença em curso e evitar eleger animais cronicamente afetados, pois podem ser isolados agentes oportunistas e mascarar o(s) agente(s) primário(s). Na maioria das situações, de complexo de doenças ou síndromes, muitos agentes podem estar envolvidos, sendo essencial o diagnóstico laboratorial. Durante a necropsia devemos observar as alterações macroscópicas que poderão nos direcionar a algum possível diagnóstico. Além disso, a necropsia serve como importante fonte de material para exames complementares (Microbiológico, Histopatológico, Virológico, Imunoistoquímico, Molecular, etc.). No caso da diarréia, devemos identificar todas as porções do intestino, abrir o intestino e avaliar sua espessura, coloração da mucosa e conteúdo intestinal. Examinar as serosas para a presença de material fibrinoso. Colher fragmentos de cada porção do intestino para histopatologia e conteúdo para bacteriologia e parasitológico. Devemos colocar a amostra individualmente em sacos plásticos de forma que não haja penetração de água. A tampa da caixa deve ser lacrada com fita adesiva e deve conter os formulários de Requisição de Exames previamente preenchidos dentro de um envelope, na tampa do isopor, também envolvido por saco plástico.  Regras de Ouro para a Prevenção e Tratamento das diarréias . Vacinação correta das matrizes contra E. coli, Clostridium perfringens tipo C e Rotavirus; - Maximizar a ingestão de colostro nos primeiros dias de vida do animal; - Realização de limpeza e desinfecção corretas com o uo do (GLUTAQUAT® ou CB 30 TA®) para diminuirmos a fonte de infecção aos animais; - Proceder vazio sanitário adequado (no mínimo 48 h); - Realizar protocolo preventivo contra a Coccidiose (aplicação oral de 1 ml de Isocox pig doser no 3 ou 4º dia de vida dos leitões); - Manter o ambiente limpo e seco. - Evitar correntes de ar; - Evitar, logo o desmame, medidas de manejo que provocam estresse aos animais; - Fornecer dieta de fácil ingestão até os 42 dias de idade; - Para o tratamento de animais com Colibacilose, podemos utilizar o Neomin S (Neomicina a 40%), por via oral, diluído na água de beber ou misturado à ração dos leitões; - Aplicação do PO$ entérico O PO$ entérico (Programa Ourofino de Suinocultura) é um programa desenvolvido pela Ourofino, que propõe analisar os desafios entéricos, identificar os fatores de risco e os agentes presentes. Além disso, o PO$ visa monitorar a ocorrência de diarréias, capacitando as equipes de funcionários das granjas para a rápida identificação das diarréias e o uso correto de medicamentos. É com este olhar tecnico profissional que a Ourofino visa construir uma imagem de excelência em prestação de serviço especializados com produtos de alta performance.   REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Sobestiansky, J. & Barcellos, D., DOENÇAS DOS SUÍNOS, Cânome Editorial, 2007. Disponível em http://www.cdmalaboratorio.com.br/manual-de-colheita-de-amostras-de-suinos-e-testes-laboratoriais.pdf Lippke et al.Monitoria sanitária em suinocultura. Acta Scientiae Veterinarie. 37. p.133-146, 2009.   Por Adairton lima, vendedor técnico equipe Ourofino aves e suínos.  

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