30 mai 2011

Doenças Causadas por Ácaros: Sarna Otodécica e Sarna Notoédrica

A sarna otodécica é popularmente conhecida como sarna de ouvido. Este tipo de sarna é muito comum em gatos e se apresenta como uma enfermidade restrita ao conduto auditivo. A sarna de ouvido é causada pelo ácaro Otodectes cynotis. Esse gênero de ácaro habita o conduto auditivo de varias espécies animais, principalmente cães e gatos. A transmissão desse tipo de sarna ocorre através do contato direto com animais infestados. Os ácaros alimentam-se de restos epidérmicos e fluidos teciduais da epiderme. As infestações agudas estão associadas à agitação da cabeça e escoriações. A presença dos ácaros está associada à coceira constante. O excesso de cera e o traumatismo causado pelo ato de coçar fazem com que os animais desenvolvam otite externa, que apresenta uma descarga ceruminosa castanho-escura, causa dor e agrava o desconforto. As otites externas podem ser agravadas pela proliferação de microorganismos como bactérias e leveduras. O diagnóstico presuntivo baseia-se no comportamento do animal e na presença de cerúmen. A confirmação é feita através da observação do ácaro no interior da orelha com auxílio de um otoscópio ou pela remoção do cerúmen e observação em lupa do material sob uma superfície escura, onde os ácaros aparecerão como partículas esbranquiçadas móveis. O tratamento consiste na limpeza do ouvido com remoção de cerúmen e aplicação de produtos parasiticida tópicos, além de produtos que contenha antibiótico e antifúngico para aqueles animais que apresentarem infecção secundária. É importante manter o animal acometido isolado do restante dos animais além de higienizar os objetos utilizados por ele e o ambiente. A sarna notoédrica também conhecida como escabiose felina é uma doença altamente contagiosa entre os gatos. O agente causador deste tipo de sarna é o ácaro Notoedres cati. A transmissão da escabiose felina também se dá por contato direto. Raramente pode ser transmitida para cães e humanos em contato com gatos infestados. O ácaro N. cati “cava” túneis nas regiões mais profundas da pele ocasionando intensa coceira. Os aspectos clínicos desta enfermidade começam com lesões papulares muito pruriginosas nas margens auriculares. Comumente há disseminação rápida das lesões para as pinas, cabeça e pescoço, ocorrendo com frequência envolvimento secundário do períneo e das extremidades. Nas regiões acometidas podem ser observadas crostas, escamas, escoriações e alopecia resultantes do prurido intenso e do ato de coçar. O diagnóstico é baseado no histórico clínico do animal e confirmado através de raspados profundos de pele, onde facilmente são observados ácaros redondos de patas curtas ou seus ovos. O tratamento consiste na realização de banhos com produtos acaricidas ou loções de uso tópico. Medicações injetáveis também podem ser usadas se prescritas e aplicadas pelo Médico Veterinário. É recomendado também isolar o animal afetado além de higienizar objetos e o ambiente. Por Mariana Castelhano Diniz, Médica Veterinária e Assistente Técnica da Ourofino Saúde Animal.

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