Artigos - A tristeza parasitária bovina

12 out 2015

A tristeza parasitária bovina

A Tristeza Parasitária Bovina (TPB), um complexo de doenças muito frequentes no Brasil, é causada principalmente por protozoários da espécie Babesia bovis e Babesia bigemina, provocando a Babesiose, e pela rickettsia Anaplasma marginale, que provoca a Anaplasmose. São transmitidas por via transovariana, pelo carrapato Boophilus microplus, porém a anaplasmose pode ser transmitida também por insetos como moscas e mosquitos (FARIAS, 2001).

Estas são enfermidades de alta morbidade e mortalidade, que provocam grandes perdas para o produtor devido aos custos de tratamento, a redução da produção e infertilidade temporária de fêmeas e machos, por essa razão é importante serem relatadas. Acometem principalmente animais adultos, pois os jovens costumam ser mais resistentes (GONÇALVES, 2000).

O animal quando acometido pela TPB, apresentará sinais clínicos como anorexia, pêlos arrepiados, taquicardia, taquipnéia, redução dos movimentos ruminais, anemia, prostação, redução da lactação, icterícia (comum na anaplasmose), e entre outros. Nos casos de infecção por Babesia Bovis, o animal também poderá apresentar sinais nervosos, como incoordenação motora, andar cambaleante, movimentos de pedalagem e agressividade (FARIAS, 2001).

Como mencionado anteriormente, os carrapatos são vetores naturais da Babesiose e da Anaplasmose, sendo assim para o seu controle se torna necessário o conhecimento do ciclo de vida desses parasitas.

Na babesiose, a fêmea do carrapato se infecta durante o ingurgitamento, já dentro do seu organismo, alguns microrganismos produzidos são incorporados ao embrião do carrapato e os agentes da doença são transmitidos para novos hospedeiros vertebrados por meio da alimentação das larvas, ninfas ou carrapatos adultos. O período de incubação varia de 7 a 14 dias. É interessante saber que a Babesia bovis é inoculada nos bovinos por larvas do carrapato e Babesia Bigemina por ninfas (CARLSON, 2006; FARIAS, 2001).

Na anaplasmose, os corpúsculos iniciais, ao serem inoculados no bovino, se aderem aos eritrócitos, esses corpúsculos vão se multiplicando e invadindo outros eritrócitos até a morte do hospedeiro ou controle da infecção. O carrapato pode se infectar em qualquer fase desse processo, ainda não é bem definido como ocorre o ciclo nos casos de infecções por insetos. O período de incubação da doença varia de 21 a 45 dias (KESSLER; SCHENK, 1998).

O diagnóstico é feito através da anamnese e sinais clínicos, mas o confirmatório deve ser feito com base em exames laboratoriais (esfregaço sanguíneo) ou necropsia (FARIAS, 2001; KESSLER; SCHENK, 1998).

O carrapato é um parasita que afeta frequentemente os bovinos, causando diversas doenças, por isso o controle estratégico desse parasita, através do uso de inseticidas e acaricidas, se torna uma das principais medidas de controle.

Outra forma de controle para os casos de TPB é o Enfrent, a base de Dipropionato de Imidocarb, eficaz contra Babesia bigemina, Babesia bovis e Anaplasma marginale.

Tamyris Furtado de Lima

Estagiária do Departamento Técnico Ourofino Saúde Animal

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