Artigos - Pneumonia bovina

23 mai 2017

Pneumonia bovina

Na produção animal de bovinos, podemos dividir as enfermidades por categorias de idade, pois cada uma tem seus desafios específicos. Consideramos casos de diarreias, problemas de umbigo e tristeza parasitária muito mais comuns em categorias de animais jovens. Já casos de mastite, problemas de casco e problemas reprodutivos são considerados exclusivos de animais adultos com vida produtiva ativa. No entanto, quando classificamos dessa forma, deixamos uma enfermidade ausente de tal classificação, a pneumonia, isso ocorre, pois podemos classificar tal enfermidade como sendo de transição ou de ocorrência geral, pois afeta tanto animais adultos como jovens.

Podemos avaliar tal enfermidade por diversos agentes, dentre os quais podemos citar bactérias, vírus, fungos e parasitas. Conforme o agente, temos os mais variados graus de apresentação. A questão principal quando lidamos com este problema é a maneira como ele se manifesta, que é muito similar, independentemente do agente causador. A manifestação mais comum é o corrimento nasal abundante, que é característico devido à vascularização do pulmão ser dupla, significa que temos uma vascularização de manutenção do órgão e outra responsável pelas trocas gasosas, com isso temos um volume muito grande de sangue chegando a este órgão, o que facilita a chegada de células de defesa com o objetivo de defendê-lo.

Quando lidamos com problemas relacionados ao pulmão, devemos lembrar ainda que este órgão interno tem um contato muito grande com o meio externo e, por este motivo, a penetração de agentes infecciosos é tão comum e independe da idade do animal. A relação com o meio externo caracteriza a facilidade de infecção da estrutura.

Um ponto muito relevante em relação às infecções pulmonares é o fato de a reação inflamatória ser exacerbada, isso se deve ao fato anteriormente citado da abundante vascularização do órgão. Tais alterações são relevantes, pois muitas vezes elas alteram o ambiente do órgão dificultando a atuação dos medicamentos utilizados para tratamento. Muitos princípios ativos têm funcionalidade comprovada e boa penetração no tecido pulmonar, porém alguns apresentam mais dificuldade de ação e de penetração em locais com alterações nas condições, em especial do pH, ou seja, apresentam dificuldade em condições adversas.

Para o tratamento destas afecções necessitamos de produtos com princípios ativos de amplo espectro de ação e em concentração adequada para um melhor resultado. Várias são as bases possíveis e capazes de resultados, porém as quinolonas são as que se apresentam com excelentes resultados. Dentre as quinolonas, com certeza, podemos citar o Resolutor® (marbofloxacina) que tem apresentado resultados muito interessantes, por se tratar de uma molécula nova no mercado veterinário, sendo pouco trabalhada até o momento. Alguns dos motivos que nos levam a utilizar tal molécula se deve a algumas características como o amplo espectro de ionização, fato relevante, pois isto possibilita a atuação da molécula em diferentes níveis de pH (desde os levemente básicos até os levemente ácidos). Outro ponto importantíssimo se deve ao fato da biodisponibilidade da molécula ser próxima a 100%, pelo fato de não se ligar às proteínas plasmáticas. Isto também facilita a atuação da mesma no interior das células de defesa, onde a concentração do ativo pode atingir seis vezes a concentração plasmática.

Devemos sempre lembrar a necessidade da terapia de suporte como soro (Fortemil®), antipiréticos (Finador) e anti-inflamatórios (Cortiflan), além da avaliação de um médico-veterinário para melhor avaliação do quadro específico de cada animal nas propriedades.

SOBRE O AUTOR

Marcelo Arne Feckinghausé médico-veterinário formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), campus Palotina. Mestre em Clínica Veterinária (Ruminantes) pela Universidade de São Paulo (USP).

FOTO: Istock

Marcelo Arne Feckinghaus, especialista técnico na Ourofino Saúde Animal

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